O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu, por unanimidade, assegurar que mulheres vítimas de violência doméstica tenham direito a benefícios previdenciários ou assistenciais quando precisarem se afastar do trabalho para se recuperar das agressões.
A decisão, publicada na última terça-feira (16), valida dispositivos da Lei Maria da Penha e fortalece a rede de proteção social às vítimas.
Com o entendimento, a Corte reconhece que a proteção à mulher em situação de violência deve incluir segurança financeira, garantindo condições mínimas para a retomada da vida pessoal e profissional.

O que diz a decisão do STF
- A manutenção do vínculo empregatício por até seis meses deve ser assegurada à mulher vítima de violência doméstica
- Durante o afastamento, a mulher terá direito a benefício previdenciário ou assistencial, conforme sua situação junto ao INSS
- A decisão reforça a aplicação prática da Lei Maria da Penha, ampliando sua efetividade social
Como funciona o benefício, segundo o vínculo com o INSS
Mulheres seguradas do INSS
- Abrange empregadas, contribuintes individuais, facultativas e seguradas especiais
- Os primeiros 15 dias de afastamento são pagos pelo empregador
- O período restante é custeado pelo INSS
Contribuintes sem vínculo empregatício
- Mulheres que contribuem para o INSS, mas não possuem vínculo formal de emprego
- O benefício é pago integralmente pelo INSS
Mulheres não seguradas
- Têm direito ao Benefício de Prestação Continuada (BPC)
- A Justiça deverá comprovar que a vítima não possui outros meios de subsistência
Papel da Justiça no acesso ao benefício
De acordo com a decisão, a requisição do benefício deverá ser feita pelo juiz criminal responsável pela análise das medidas protetivas, já previstas na Lei Maria da Penha. Isso garante mais agilidade e integração entre a proteção judicial e o acesso aos direitos sociais.
O STF também definiu que cabe à Justiça Federal julgar ações regressivas para que o Estado possa cobrar dos agressores os valores pagos pelo INSS às vítimas.
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Importância da decisão para a sociedade
A medida é considerada um avanço significativo na proteção dos direitos das mulheres. Entre os principais impactos, destacam-se:
- Proteção financeira para mulheres em situação de extrema vulnerabilidade
- Redução da dependência econômica em relação ao agressor
- Fortalecimento da Lei Maria da Penha, com aplicação mais efetiva
- Garantia de dignidade e autonomia durante o período de recuperação
- Responsabilização do agressor, inclusive no aspecto financeiro
Portanto, ao assegurar renda durante o afastamento do trabalho, o STF reforça que o enfrentamento à violência doméstica deve ir além das medidas penais, incorporando políticas de proteção social e econômica como parte essencial do combate à violência contra a mulher.
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