Você sabia que o lixo que você produz todos os dias pode se transformar em energia limpa e renovável? Essa é a proposta de um projeto pioneiro que está sendo desenvolvido na Bahia, em parceria com uma empresa norte-americana de tecnologia ambiental.
O projeto visa erradicar os lixões no estado, que além de causarem poluição e doenças, desperdiçam um recurso valioso que poderia ser aproveitado de forma sustentável. A ideia é instalar uma biorrefinaria que utiliza uma tecnologia exclusiva para converter os resíduos sólidos urbanos (RSU) em biocombustíveis, como o querosene de aviação verde, e outros produtos e subprodutos.
O investimento do projeto será de R$ 200 milhões e contará com o apoio do governo da Bahia, por meio da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti), que cedeu o espaço do Parque Tecnológico da Bahia para a empresa Shift Energy Holdings realizar as pesquisas e operar a planta industrial.
Infraestrutura ambiental
A Shift Energy Holdings é uma empresa fundada em 2014 nos Estados Unidos, que tem como sócios o brasileiro naturalizado norte-americano Rodney Alves e o americano Adrian Tylim. A empresa se dedica a projetar e operar projetos de infraestrutura ambiental, usando tecnologias modernas e ambientalmente seguras, testadas em parceria com renomadas instituições dos Estados Unidos, como a Universidade de Houston e o OAK National Laboratory.
Segundo Rodney Alves, CEO da companhia, a escolha da Bahia para sediar o projeto no Brasil se deve à infraestrutura e ao apoio oferecidos pelo Estado, bem como à visão estratégica do governador Jerônimo Rodrigues, que está alinhada com os propósitos da Shift Energy. “Nosso objetivo é promover um desenvolvimento capaz de conjugar crescimento econômico e qualidade de vida para todos, sem colocar em risco o meio ambiente”, afirma o empresário.
Projeto de referência
A biorrefinaria desenvolvida pela empresa é um projeto de referência por alcançar um ciclo completo sem deixar impactos ambientais. Ela conta com componentes tecnológicos exclusivos e um protocolo que garante emissões zero durante a transformação de resíduos em novos produtos.
A planta industrial processa resíduos orgânicos e não orgânicos, residenciais e industriais, como papéis, plásticos, papelão, restos de alimentos. Os materiais se tornam matérias-primas para produzir combustíveis sustentáveis, energia elétrica e outros produtos e subprodutos, inclusive tendo a possibilidade de produzir hidrogênio verde.
Parque Tecnológico da Bahia.
O secretário do Meio Ambiente (Sema), Eduardo Sodré, destaca que o projeto vai colocar a Bahia na vanguarda da política de destinação dos resíduos sólidos no país. “Não estamos apenas desenvolvendo a solução para acabar com os lixões nos municípios, que causam contaminação dos solos e recursos hídricos, além de riscos à saúde, mas também contribuindo de forma decisiva na redução do aquecimento global”, afirma o secretário.
Iniciativa vai gerar emprego e renda
O secretário da Secti, André Joazeiro, ressalta que o projeto vai gerar emprego e renda para a população baiana, além de promover a inovação tecnológica no estado. “A Bahia vai sair na frente na produção de combustíveis verdes, que são uma tendência mundial para reduzir as emissões de gases de efeito estufa e garantir a segurança energética”, diz o secretário.
O projeto está previsto para iniciar as operações em 2024 e terá capacidade para processar cerca de três milhões de toneladas de lixo por ano, que é o total de lixo declarado pelas cidades baianas em 2019. A expectativa é que o projeto possa ser replicado em outras regiões do país, contribuindo para a solução de um dos maiores problemas ambientais da atualidade.
