A Universidade Estadual de Alagoas (Uneal) protagoniza um momento histórico para a educação pública no Nordeste e no Brasil. No próximo dia 1º de agosto, às 11h, no Centro de Convenções de Maceió, ocorrerá a colação de grau coletiva de 212 professores indígenas, do Curso de Licenciatura Intercultural Indígena (CLIND), no campus III da Uneal, em Palmeira dos Índios (AL).
A princípio, a iniciativa, inédita no país, representa um marco na formação de professores indígenas preparados para atuarem diretamente em suas comunidades, respeitando as especificidades culturais, linguísticas e territoriais de cada povo.
Representatividade de 12 etnias do Nordeste
Ao mesmo tempo, os formandos representam 12 etnias indígenas alagoanas: Wassu-Cocal, Xucuru-Kariri, Tingui-Botó, Karapotó Plaki-ô, Karapotó Terra Nova, Aconã, Kariri-Xocó, Jiripankó, Katokinn, Karuazu, Kalankó e Koiupanká. Eles foram formados em quatro polos regionais: Agreste, Baixo São Francisco, Sertão e Zona da Mata.
Em suma, as licenciaturas incluem os cursos de Geografia, História, Letras, Matemática e Pedagogia.
O papel da Uneal e do CLIND na formação indígena
O CLIND foi desenvolvido pela Uneal como uma resposta concreta às necessidades educacionais dos povos originários. Além disso, o curso é financiado pelo Fundo Estadual de Combate e Erradicação da Pobreza (Fecoep), com apoio do Governo de Alagoas, por meio da Secretaria de Estado da Educação, Seplag e Egal, e conta ainda com parcerias com as prefeituras dos municípios envolvidos.
Durante a formação, os alunos participaram de atividades que respeitam os modos de vida e valores das suas comunidades, com ênfase nas línguas e tradições indígenas.
“Esse curso só foi possível graças à construção coletiva, com apoio das políticas públicas estaduais e das próprias comunidades indígenas”, destacou a professora Iraci Nobre, coordenadora do CLIND.

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Universidade como território de pertencimento
Para os formandos, a conquista é mais do que acadêmica — é simbólica. “Concluir Letras no CLIND é ocupar um espaço que sempre foi nosso por direito, sem abrir mão da nossa identidade. A universidade passa a ser um território de pertencimento”, afirmou João Paulo de Jesus dos Santos, do povo Jiripankó.
De acordo com o reitor da Uneal, Odilon Máximo de Morais:
“Formar mais de 200 professores indígenas é uma forma concreta de reparação histórica e de afirmação do papel da universidade pública na construção de uma sociedade mais justa.”
Cerimônia com ancestralidade e identidade
A colação terá rituais tradicionais, cantos e adornos indígenas, evidenciando o protagonismo cultural dos formandos e sua conexão com os saberes ancestrais.
“É uma vitória coletiva. A Uneal saiu dos seus muros para garantir o direito à formação superior com respeito à identidade de cada povo”, completou o vice-reitor Anderson Barros.
Informações Resumidas
Evento | Colação de Grau Intercultural Indígena Uneal |
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Data | 1º de agosto de 2025 |
Horário | 11h |
Local | Centro de Convenções de Maceió (AL) |
Formandos | 212 indígenas de 12 etnias |
Cursos | Letras, História, Geografia, Pedagogia, Matemática |
Organização | Uneal, com apoio do Governo de Alagoas e instituições parceiras |
Polo principal | Campus III – Uneal, Palmeira dos Índios |
Portanto, com essa ação, a Uneal consolida seu papel como referência regional no fortalecimento da educação inclusiva e intercultural no Nordeste. Desse modo, promove transformação social e valorização dos saberes originários.
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