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Nordeste ganha 212 professores indígenas em formação inédita

A Universidade Estadual de Alagoas (Uneal) protagoniza um momento histórico para a educação pública no Nordeste e no Brasil. No próximo dia 1º de agosto, às 11h, no Centro de Convenções de Maceió, ocorrerá a ...
Redação NE9 Nordeste, da Agência NE9
29 de julho de 2025 - às 06:28
Atualizado 29 de julho de 2025 - às 06:28
4 min de leitura
indígenas em evento posando em grupo para foto
A colação de grau reúne formandos de 12 das 13 etnias indígenas do estado foto Clau Soares

A Universidade Estadual de Alagoas (Uneal) protagoniza um momento histórico para a educação pública no Nordeste e no Brasil. No próximo dia 1º de agosto, às 11h, no Centro de Convenções de Maceió, ocorrerá a colação de grau coletiva de 212 professores indígenas, do Curso de Licenciatura Intercultural Indígena (CLIND), no campus III da Uneal, em Palmeira dos Índios (AL).

A princípio, a iniciativa, inédita no país, representa um marco na formação de professores indígenas preparados para atuarem diretamente em suas comunidades, respeitando as especificidades culturais, linguísticas e territoriais de cada povo.

 Representatividade de 12 etnias do Nordeste

Ao mesmo tempo, os formandos representam 12 etnias indígenas alagoanas: Wassu-Cocal, Xucuru-Kariri, Tingui-Botó, Karapotó Plaki-ô, Karapotó Terra Nova, Aconã, Kariri-Xocó, Jiripankó, Katokinn, Karuazu, Kalankó e Koiupanká. Eles foram formados em quatro polos regionais: Agreste, Baixo São Francisco, Sertão e Zona da Mata.

Em suma, as licenciaturas incluem os cursos de Geografia, História, Letras, Matemática e Pedagogia.

O papel da Uneal e do CLIND na formação indígena

O CLIND foi desenvolvido pela Uneal como uma resposta concreta às necessidades educacionais dos povos originários. Além disso, o curso é financiado pelo Fundo Estadual de Combate e Erradicação da Pobreza (Fecoep), com apoio do Governo de Alagoas, por meio da Secretaria de Estado da Educação, Seplag e Egal, e conta ainda com parcerias com as prefeituras dos municípios envolvidos.

Durante a formação, os alunos participaram de atividades que respeitam os modos de vida e valores das suas comunidades, com ênfase nas línguas e tradições indígenas.

“Esse curso só foi possível graças à construção coletiva, com apoio das políticas públicas estaduais e das próprias comunidades indígenas”, destacou a professora Iraci Nobre, coordenadora do CLIND.

UNEAL foto divulgação
UNEAL foto divulgação

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Universidade como território de pertencimento

Para os formandos, a conquista é mais do que acadêmica — é simbólica. “Concluir Letras no CLIND é ocupar um espaço que sempre foi nosso por direito, sem abrir mão da nossa identidade. A universidade passa a ser um território de pertencimento”, afirmou João Paulo de Jesus dos Santos, do povo Jiripankó.

De acordo com o reitor da Uneal, Odilon Máximo de Morais:

“Formar mais de 200 professores indígenas é uma forma concreta de reparação histórica e de afirmação do papel da universidade pública na construção de uma sociedade mais justa.”

 Cerimônia com ancestralidade e identidade

A colação terá rituais tradicionais, cantos e adornos indígenas, evidenciando o protagonismo cultural dos formandos e sua conexão com os saberes ancestrais.

“É uma vitória coletiva. A Uneal saiu dos seus muros para garantir o direito à formação superior com respeito à identidade de cada povo”, completou o vice-reitor Anderson Barros.

 Informações Resumidas

Evento Colação de Grau Intercultural Indígena Uneal
Data 1º de agosto de 2025
Horário 11h
Local Centro de Convenções de Maceió (AL)
Formandos 212 indígenas de 12 etnias
Cursos Letras, História, Geografia, Pedagogia, Matemática
Organização Uneal, com apoio do Governo de Alagoas e instituições parceiras
Polo principal Campus III – Uneal, Palmeira dos Índios

Portanto, com essa ação, a Uneal consolida seu papel como referência regional no fortalecimento da educação inclusiva e intercultural no Nordeste. Desse modo, promove transformação social e valorização dos saberes originários.

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