Recife ficou na 40ª posição entre as cidades com mais de 100 mil habitantes
No contexto das melhores cidades para pessoas idosas, o Recife se destaca como a capital nordestina mais bem posicionada no ranking. A cidade figura na 40ª posição entre os municípios considerados grandes, com mais de 100 mil habitantes. No entanto, fica atrás de diversas localidades das regiões Sul e Sudeste do Brasil. Essa avaliação resulta de uma pesquisa conduzida pelo Instituto da Longevidade, que analisou 23 indicadores, todos embasados em dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e de outros bancos de dados oficiais.
Recife teve destaque na pesquisa em questões como:
- “capacidade de consumo dos aposentados” (62º posição no ranking),
- “engajamento cívico de idosos” (32º posição no ranking)
- “número de leitos de saúde” (4º)
- “relações afetivas” (4º posição no ranking)
- “número de profissionais de saúde com nível superior” (31º posição no ranking)
- “telecomunicações” (18º posição no ranking)
- “número de procedimentos hospitalares” (3º posição no ranking).
Segundo entrevista ao Portal G1 PE, Antonio Leitão, gerente do Instituto da Longevidade e especialista em gerontologia (ciência que estuda o processo de envelhecimento), explica que o levantamento é feito desde 2017, mas que esta foi a primeira vez em que todos os municípios brasileiros foram analisados.
“O que a gente percebeu, no geral, é que muito poucas cidades no Brasil alcançaram uma pontuação acima de 60 pontos como boas cidades para a terceira idade. Apenas 428, dos 5.568 municípios brasileiros, tiveram desempenho acima de 60%. As cidades que melhor pontuaram, conseguiram boas notas no ranking agregado. No geral, as cidades brasileiras têm muito a fazer para serem adequadas para a terceira idade. O nosso objetivo é chegar numa abrangência nacional”, explicou Leitão, em entrevista ao g1.
Mais de 30 milhões de brasileiros são idosos
Os resultados da pesquisa evidenciam que, em todas as categorias analisadas – pequenas, médias e grandes cidades, os municípios do Sul e do Sudeste predominam nas primeiras posições, contrastando com as cidades nordestinas.
Conforme revelado pelo Censo do IBGE em 2023, o contingente de pessoas com 65 anos ou mais no Brasil experimentou um aumento significativo de 57,4% nos últimos 12 anos, totalizando 22,1 milhões de habitantes.
Ao considerarmos a parcela da população classificada como idosa, acima de 60 anos, o Censo de 2023 apontou que 31,1 milhões de brasileiros integram esse grupo demográfico, refletindo um aumento de 56% em relação ao Censo de 2010.
Esses dados delineiam um cenário futuro no qual a população idosa cresce de maneira exponencial, destacando a necessidade de adaptação e reconsideração da infraestrutura das cidades e da sociedade para atender a esse contingente.
LEIA TAMBÉM:
– Cidades do Norte e Nordeste terão programa para contratação de médicos
– Destinos do Nordeste lideram procura por viagens no Carnaval
– Zagallo: o maior do futebol do Nordeste e um gigante mundial
– BBB 24: conheça os três representantes do Nordeste na casa
O secretário de Planejamento do Recife, Felipe Matos Martins, observa de perto diversos índices, destacando que a pesquisa aponta que a cidade está trilhando o caminho adequado, especialmente no eixo da saúde, devido à sua posição como polo médico na região.
“Com uma presença significativa de leitos hospitalares e profissionais de saúde qualificados, a cidade se destaca como um polo médico no Nordeste. Além disso, destacamos a boa infraestrutura de telecomunicações, com uma rede de fibra ótica, um aspecto que não monitoramos oficialmente, mas observamos e que chama atenção”, explica Martins.
No que diz respeito às políticas públicas com impacto específico para a população idosa, o secretário destaca a importância da acessibilidade para facilitar a locomoção de pessoas com dificuldades motoras, como idosos, pessoas com deficiência e crianças. Além disso, enfatiza os investimentos na área de saúde, especialmente na atenção básica.
“São índices que estamos sempre monitorando, e essa pesquisa destaca a relevância que têm para a população idosa”, conclui o gestor.
Entenda a metodologia da pesquisa
Dentro da análise, foram considerados diversos indicadores abrangendo questões socioambientais, o envolvimento social da população idosa, relações afetivas, a infraestrutura de saúde (abrangendo aspectos como cobertura vacinal, disponibilidade de leitos hospitalares, causas de morte, entre outros), a longevidade a partir dos 60 anos, a estabilidade financeira dos idosos, a taxa de mortalidade por causas não naturais, bem como o endividamento municipal, entre outros fatores relevantes.
- Cálculo do Índice:
- Calculado a partir da média ponderada de 23 indicadores normalizados.
- Indicadores divulgados anualmente por instituições reconhecidas como IBGE, DataSUS, INSS, STN Secretaria do Tesouro Nacional, TSE, Inep e Anatel.
- Dimensões e Pesos:
- Três dimensões analisadas: economia (35%), socioambiental (30%) e saúde (35%).
- Ponderação estabelecida para cada dimensão reflete a sua importância na avaliação global.
- Indicadores Relativizados:
- Os indicadores são relativizados e normalizados, permitindo comparação direta.
- Pontuação variando de 0 a 100, possibilitando uma avaliação comparativa clara.
- Fontes Reconhecidas:
- Instituições fornecedoras dos indicadores incluem IBGE, DataSUS, INSS, STN, TSE, Inep e Anatel.
- Garantia de confiabilidade e consistência nos dados utilizados para o cálculo do IDL.
- Base de Dados:
- Os dados analisados têm como base a data de 31 de julho de 2023.
- Quando informações não estavam disponíveis nessa data, foram consideradas referências do ano de 2022.
LEIA TAMBÉM:
– SUS: Três estados do Nordeste podem zerar fila de cirurgias
– Parque Nacional no Nordeste é o segundo mais bonito do mundo, diz pesquisa
– Forbes traça Top 7 destinos de ecoturismo no Brasil para visitar em 2024; Nordeste na lista
Em resumo, o Índice de Desenvolvimento Urbano para a Longevidade emerge como uma ferramenta robusta. Ao mesmo tempo, utiliza indicadores diversificados e confiáveis para avaliar o ambiente urbano em termos de longevidade. Dessa forma, com sua abordagem abrangente, esse índice oferece uma visão detalhada das condições de vida, saúde e bem-estar em diferentes localidades. Assim, contribui para a compreensão e promoção de ambientes urbanos mais propícios à longevidade.