O presidente Luiz Inácio Lula da Silva estará de volta ao sertão nordestino na próxima quarta-feira (21). A visita será ao município de Cachoeira dos Índios, no sertão paraibano, onde o petista irá inspecionar as obras do Ramal do Salgado, uma das etapas mais estratégicas do projeto de transposição das águas do Rio São Francisco.
O anúncio ocorreu nas redes sociais do prefeito Alyson Francisco (PP). De acordo com ele, uma equipe do cerimonial da Presidência da República esteve na cidade nesta terça-feira (13), visitando e organizando o espaço onde ocorrerá o evento com o presidente.
Transposição é uma conexão vital para o Nordeste
O Ramal do Salgado é uma obra essencial para fortalecer a segurança hídrica na região. Com 36 km de extensão, ele vai conectar a cidade paraibana de Cachoeira dos Índios ao município de Lavras da Mangabeira, no Ceará, desaguando no importante Rio Salgado – afluente do Rio Jaguaribe, que abastece parte significativa do Ceará.
Outra estrutura complementar é o Ramal do Apodi, que terá 115 km de extensão e vai levar as águas do Eixo Norte da transposição desde o Reservatório de Caiçara (PB) até o Reservatório Angicos (RN), atendendo várias cidades do Rio Grande do Norte.

Assim, a transposição do São Francisco é dividida em dois eixos principais:
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Eixo Leste, que já abastece cidades da Paraíba e de Pernambuco.
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Eixo Norte, que beneficia populações do Ceará, Rio Grande do Norte, Pernambuco e da própria Paraíba.
Conheça os ramais da transposição
Ramal | Extensão | Conexão | Estados beneficiados |
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Ramal do Salgado | 36 km | De Cachoeira dos Índios (PB) até Lavras da Mangabeira (CE) | Paraíba e Ceará |
Ramal do Apodi | 115 km | De Caiçara (PB) até Angicos (RN) | Paraíba e Rio Grande do Norte |
Eixo Leste | 217 km* | De Floresta (PE) até Monteiro (PB) | Pernambuco e Paraíba |
Eixo Norte | 260 km* | De Cabrobó (PE) ao Ceará e RN, passando pela PB | Pernambuco, Ceará, RN e Paraíba |
*Extensões aproximadas dos eixos principais.
Desenvolvimento e inclusão hídrica
A princípio, a visita de Lula ao Sertão simboliza mais do que a continuidade de uma obra: representa o compromisso com o desenvolvimento sustentável e o combate à escassez de água no semiárido nordestino. Assim, em regiões onde as secas são históricas e os impactos sociais da falta d’água ainda ocorrem com força, levar água significa levar dignidade, saúde e oportunidade.
Portanto, a expectativa é que, com a conclusão dos ramais, milhares de famílias nas zonas rurais e urbanas do sertão possam finalmente viver com mais tranquilidade, sem depender de carros-pipa ou da imprevisibilidade das chuvas.
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