Faça um mergulho na vida e legado de Belchior através do Cordel

Belchior a construção de um Mito na Literatura de Cordel
Belchior a construção de um Mito na Literatura de Cordel

Novo livro retrata o cantor sob a ótica da cultura popular nordestina

O cantor e compositor cearense Belchior, falecido em 30 de abril de 2017, continua a inspirar gerações. Sua trajetória como ícone da música brasileira agora ganha uma nova leitura por meio da literatura de cordel, em uma pesquisa inédita realizada pelo jornalista e pesquisador Alberto Perdigão.

No livro, Perdigão analisa 19 folhetos de cordel que retratam a vida, obra e até a morte de Belchior, conectando o artista à tradição oral e visual da cultura nordestina. A obra propõe uma leitura do cantor não apenas como o “rapaz latino-americano”, mas como uma figura próxima dos heróis populares retratados no cordel tradicional.

O que o livro sobre Belchior e o cordel analisa?

A pesquisa é conduzida a partir de oito eixos temáticos, que ajudam a identificar como os folhetos moldam a imagem de Belchior:

Eixo Temático Descrição
Infância e Juventude Origens e primeiros passos de Belchior na música
Começo da carreira Ascensão artística e impacto das primeiras composições
Latinidade O conceito de “rapaz latino-americano” em sua obra
Sucesso musical Letras marcantes e papel na MPB
Sumiço O período em que se afastou dos holofotes
Absolvição simbólica O olhar poético sobre seu desaparecimento
Legado artístico Como é lembrado e homenageado hoje
Representações no cordel Como os folhetos o moldam como herói popular

A obra também considera biografias, crônicas, artigos acadêmicos e jornalísticos sobre o artista, além de referências contemporâneas, como conteúdos criados por inteligência artificial que tentam interpretar sua influência cultural.

Cordel e xilogravura: união que fortalece a identidade nordestina

Uma das grandes novidades do projeto é o cuidado com a forma visual da obra. A edição acompanha uma xilogravura original assinada pelo artista potiguar Jefferson Campos, nome em ascensão no cenário da arte popular.

Segundo Perdigão, a escolha valoriza a essência do cordel:

“O cordel e a xilogravura são inseparáveis na cultura popular. Jefferson traduz essa força estética e simbólica, ainda mais por já ter obras sobre Belchior. Preferimos a xilogravura à foto na capa justamente para reforçar a identidade nordestina”, explica o autor.

Por que esse livro é importante para a cultura do Nordeste?

Assim, a publicação resgata o valor de formas tradicionais de expressão do Nordeste, como o cordel e a xilogravura, para contar a história de um artista cuja música ultrapassou gerações. O livro também fortalece o entendimento de que Belchior é, mais do que nunca, uma figura cultural atemporal, cuja imagem continua sendo reinventada.

Dessa forma, ao explorar essas representações populares, a obra contribui para a preservação da memória cultural nordestina, ao mesmo tempo em que dialoga com o presente, conectando tradição e inovação.

Sobre o autor

Alberto Perdigão – jornalista, mestre em Políticas Públicas e Sociedade, pesquisa sobre literatura de cordel, tendo como principal objeto de estudo o folheto de política. Integra a Rede Folkcom de pesquisadores da folkcomunicação e participa do grupo de pesquisa em folkcomunicação da Intercom. É autor de vários livros, entre eles Política e Literatura de Cordel (artigos científicos, RDS, 2022) e Pretas e Pretos na Literatura de Cordel (artigos científicos, RDS, 2023).

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