Uma nova geração de ferramentas para diagnóstico de diversas doenças virais – como zika, dengue, chikungunya, febre oropouche e Covid-19 – está sendo validada no Laboratório de Virologia e Terapia Experimental da Fiocruz Pernambuco.
Trabalho conjunto em parceria internacional
A pesquisa, conduzida pelo professor Keith Pardee, da Universidade de Toronto, e coordenada no Brasil pelo pesquisador Lindomar Pena, da Fiocruz Pernambuco, avançou para uma nova fase. O objetivo agora é capacitar países emergentes a produzirem seus próprios insumos para testes diagnósticos rápidos e econômicos. O estudo conta com a colaboração de cientistas do Canadá, Estados Unidos, Brasil, Chile, Colômbia e Índia.
Essa iniciativa visa evitar a repetição dos problemas enfrentados no primeiro ano da pandemia de Covid-19, quando houve interrupções nas cadeias de fornecimento de insumos essenciais, além de redução na oferta e aumento dos preços.
Criação de Equipamentos
- Equipamentos em Avaliação:
- Mango:
- Função: Expressar e purificar proteínas usadas como reagentes.
- Plum (terceira geração):
- Função: Plataforma digital portátil para leitura de ensaios.
- Histórico: A versão inicial foi testada na Fiocruz Pernambuco em 2022.
- Atualização: A nova versão é mais potente e capaz de ler diversos tipos de ensaios, tanto moleculares quanto sorológicos, além de testes baseados em tecnologia de sensores.
- Validação: Está sendo validado com insumos produzidos em laboratórios dos países envolvidos e testado com amostras de pacientes.
- Mango:
- Plum:
- Avaliação inicial: Funcionou bem com reagentes comerciais.
- Características da nova versão:
- Leitura de múltiplos tipos de ensaios (moleculares e sorológicos).
- Compatibilidade com tecnologia de sensores.
- Custo reduzido: Aproximadamente 500 dólares.
- Operação simples: Não requer profissionais especialmente treinados.
Sobre o Projeto
O projeto busca evitar a repetição dos problemas enfrentados no primeiro ano da pandemia de Covid-19, quando houve interrupções nas cadeias de suprimento de insumos essenciais para a pesquisa, além de escassez de oferta e aumento nos preços. “A ideia central deste trabalho é baseada na filosofia de Ciência Aberta. Queremos evitar a dependência de patentes e a necessidade de importar reagentes. Nosso objetivo é produzir localmente todos os insumos, utilizando enzimas que já não estão mais sob patentes”, explica o coordenador Lindomar Pena.
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Com financiamento do International Development Research Centre (IDRC), os equipamentos são produzidos utilizando impressoras 3D, com configurações compartilháveis, facilitando a replicação. Outro aspecto positivo é o uso de reagentes liofilizados (desidratados), que não precisam de refrigeração e podem ser transportados e manuseados à temperatura ambiente.
O pesquisador Quinn Matthews, da universidade canadense, está no Recife para acompanhar a nova fase do projeto. “Trabalhamos neste projeto por anos e sempre acreditamos que seu ponto culminante seria desenvolver ferramentas que outros países e profissionais pudessem usar, especialmente em locais onde é difícil obter os insumos necessários. Agora, esse momento chegou, e tem sido uma experiência incrível ver de perto o que significa fazer ciência além de nossas fronteiras”, destaca Quinn.