Os estados do Nordeste têm se destacado e liderado avaliações da educação brasileira nos últimos anos. Os estados de Pernambuco e do Ceará são os que mais aparecem no topo dos indicadores. O Ceará alcançou o primeiro lugar no Nordeste no Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDH-M) no ranking das Unidades Federativas (26 estados e o Distrito Federal) do anos de 2021.
O Ceará também é referência internacional em alfabetização e ensino fundamental. Pernambuco lidera a proporção de alunos do ensino médio em escolas de educação integral. A região também tem bons resultados no Enem e no Ioeb.
Dentre as três dimensões que compõem o Índice – Renda, Longevidade e Educação o Estado registrou o segundo maior valor do IDH-M quando o assunto é a rede de ensino. E mais, a partir de 2020 essa dimensão anotou um índice superior ao IDHM global, evidenciando uma melhor performance da Educação em relação à média das três dimensões.
As boas notícias estão no Ipece/Informe (Nº 230 – julho/2023) – O IDH-M Ceará: 2012 a 2021, que acaba de ser publicado pela Diretoria de Estudos Sociais (Disoc) e Gerência de Estatística, Geografia e Informações (Gegin), do Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (Ipece), órgão vinculado à Secretaria de Planejamento e Gestão (Seplag) do Governo do Estado. O trabalho tem como autores Cleyber Medeiros, analista de Políticas Públicas, e Raquel Sales, assessora técnica, e colaboração de Jáder Ribeiro Lima.
De acordo com Cleyber Medeiros, em 2012 o Ceará ocupava a 15ª colocação no ranking entre os estados, passando para a 12ª em 2021. “Avaliando apenas os estados do Nordeste, o Ceará, tanto em 2012 quanto em 2021, ocupou a 1ª posição, demonstrando que o Estado, em sua região, teve as melhores condições de desenvolvimento humano de sua população, relacionadas, sobretudo, à renda, à educação e à longevidade”, observa.
Ele explica que, entre 2012 e 2021, os Estados que apresentaram os maiores crescimentos relativos foram, na sua maioria, os que detinham baixos índices em anos anteriores. “Não obstante, a análise do crescimento relativo, torna-se importante para avaliar se os estados que estavam em pior situação em anos anteriores conseguiram evoluir. Nesse sentido, merece destaque Alagoas, Rio Grande do Norte, Ceará, Piauí e Pernambuco, que registraram as maiores taxas de crescimento relativo no intervalo 2012/2021”.
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Como é feita a análise de IDH?
Ao analisar o IDH-M e seus subíndices (Educação, Renda e Longevidade), Cleyber Medeiros informa ser possível constatar um crescimento do Índice no Ceará desde 2012 (atingiu 0,701) até 2020 (0,755), quando passou a ocorrer uma diminuição do valor do índice em 2021 (0,734). O mesmo aconteceu nas dimensões da Longevidade e da Renda, enquanto a dimensão da Educação teve crescimento até 2020, mas manteve-se estável entre 2020 (0,766) e 2021 (0,766).
O Analista de Políticas Públicas ressalta que a dimensão da Renda possui o menor valor do IDH-M durante toda a série estudada, enquanto a Longevidade tem o maior índice. Por sua vez, a dimensão da Educação registrou o segundo maior valor do IDH-M, destacando-se que, a partir do ano de 2020, essa dimensão anotou um índice superior ao IDH-M global, “evidenciando uma melhor performance da dimensão da Educação em relação à média das três dimensões”.
A tabela abaixo mostra um pouco da evolução dos estados do Nordeste na educação.
Estado | Proporção de alunos do ensino médio em escolas de educação integral | Número de escolas entre as 100 melhores do país no Ideb 2021 (anos iniciais) | Ioeb 2021 (média estadual) |
---|---|---|---|
Pernambuco | 62,5% | 3 | 4,9 |
Paraíba | 60,4% | 0 | 4,8 |
Ceará | 44,5% | 872 | 5,1 |
Bahia | 15,9% | 0 | 4,6 |
Rio Grande do Norte | 15,8% | 0 | 4,7 |
Alagoas | 14,9% | 7 | 4,6 |
Sergipe | 14,8% | 0 | 4,7 |
Maranhão | 13,9% | 0 | 4,5 |
Piauí | 11,6% | 3 | 4,8 |