O Nordeste mais uma vez se destaca no cenário nacional quando o assunto é o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Cinco dos dez estados com o maior número de inscritos no exame de 2023 estão localizados na região. O Ceará, em particular, é o campeão absoluto de inscrições. Somente ele conta com quase 90% dos alunos que concluíram o ensino médio em 2023 inscritos para realizar as provas. A princípio, essa é uma taxa bem acima da média nacional e de outros estados. E o segredo para tanto inscrito é um só: incentivos que o estado dão para os estudantes.
O sucesso da região está diretamente relacionado às políticas públicas que incentivam a participação no Enem. Estados como Ceará e Paraíba adotaram medidas que facilitam o acesso ao exame. São ações que vão desde o pagamento da taxa de inscrição até a preparação focada nas escolas públicas. Em entrevista ao Jornal Nacional, a especialista em educação Claudia Costin destaca o papel fundamental dessas políticas: “O Ceará tem uma tradição de incentivar seus alunos, e isso faz toda a diferença nos resultados”.
Incentivos dos estados impulsionam estudantes do Nordeste
Os estados do Nordeste têm investido em ações que vão além do básico, com programas específicos para preparar os alunos para o Enem. No Ceará, por exemplo, os estudantes têm uma carga horária adicional voltada exclusivamente para disciplinas do exame, como matemática e ciências. Além disso, há incentivos financeiros, como o programa Pé de Meia, que oferece R$ 200 para alunos do último ano que comparecerem aos dois dias de prova.
A tabela a seguir mostra os estados do Nordeste com mais inscritos no Enem 2024:
| Estado | Percentual de Inscritos |
|---|---|
| Ceará (1º no Brasil) | 89,5% |
| Paraíba (3º no Brasil) | 72,3% |
| RN (7º no Brasil) | 66,3% |
| Sergipe (8º no Brasil) | 65,3% |
| Piauí (9º no Brasil) | 60,2% |
Desafios e Oportunidades
Apesar do crescimento na participação, o Nordeste ainda enfrenta desafios relacionados ao acesso ao ensino superior, especialmente entre alunos de escolas públicas. Apenas dois em cada dez estudantes da rede estadual conseguem ingressar em uma universidade logo após a conclusão do ensino médio. Enquanto isso, nas escolas particulares, essa taxa sobe para seis em cada dez. De acordo com o professor Ruy de Deus e Mello Neto, da Universidade Federal do Ceará, muitos alunos da rede pública acabam entrando diretamente no mercado de trabalho, adiando ou abandonando o sonho de cursar uma faculdade.
Com o aumento das inscrições no Enem, estados como o Ceará e a Paraíba estão mostrando que, com políticas públicas adequadas, é possível ampliar o acesso ao ensino superior e, consequentemente, melhorar a qualidade de vida e diminuir as desigualdades sociais.
