Você já imaginou voltar a estudar depois de mais de oito décadas? Pois essa é a realidade da nordestina Maria Edelzuita de Souza, a Dona Edelzuita, que aos 94 anos é a aluna da educação básica mais idosa do mundo. Ela frequenta o 3º módulo do Centro de Educação de Jovens e Adultos João Barracão, em Petrolina, Sertão de Pernambuco, e esbanja vontade de aprender e dedicação aos estudos.
Dona Edelzuita iniciou sua jornada escolar em 2022, aos 93 anos, para realizar o sonho de ler e escrever, que lhe foi negado durante a infância. Seu pai, lavrador, não a deixava frequentar a escola. Achava perigoso que meninas estudassem porque, alfabetizadas, saberiam escrever “cartas para os namorados”. Sua mãe, dona de casa letrada, ensinou-lhe as letras, as sílabas e como juntá-las para formar pequenas palavras. Por muitos anos, isso foi tudo o que lhe foi permitido.
Segura do poder transformador da educação, Edelzuita priorizou os estudos dos nove filhos
Dona Edelzuita priorizou a educação dos nove filhos e só agora foi estudar.que teve com o marido José Rufino. Todos concluíram o 2º grau, atual Ensino Médio, e escolheram suas profissões. Foi só após perder o companheiro, com quem compartilhou 60 anos da sua vida, que ela decidiu resgatar seu sonho de menina e se matriculou na escola. “Estudem, no estudo é que se aprende tudo. Na escola se aprende o que é bom. Eu queria ser menina de novo pra começar agora e terminar só na faculdade”, diz a estudante, que agora sonha em escrever um livro para contar sua história.
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Exemplo de superação
A trajetória de Dona Edelzuita é um exemplo de superação e inspiração para todos nós. Ela mostra que nunca é tarde para buscar o conhecimento e realizar nossos sonhos. Ela também nos faz refletir sobre a importância da educação como um direito humano fundamental, que deve ser garantido a todas as pessoas, independentemente da idade, gênero ou classe social.
Dona Edelzuita supera em 10 anos o queniano Kimani Maruge Ng’ang’a, que, segundo o livro dos recordes, o Guinness Book, conseguiu a façanha de se matricular na educação básica aos 84 anos. Ele se tornou famoso por sua persistência em aprender a ler e escrever após a aprovação da lei de educação gratuita no Quênia em 2003. Ele faleceu em 2009, aos 90 anos.