O maior confinamento de bois no nordeste brasileiro está sediado no município de Luís Eduardo Magalhães, com uma capacidade estática de 50.000 animais e emprego de tecnologias avançadas para garantir um manejo operacional eficiente, conforme indicado pelo recente levantamento sobre pecuária conduzido pela Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia (Aiba).
A região oeste da Bahia, onde está situado o município, destaca-se pelos amplos cultivos de grãos, como soja, milho, caroço de algodão e sorgo, tornando-se propícia para a criação de gado de corte, principalmente devido à sua abundante oferta de elementos essenciais para a alimentação animal.
Além disso, a região beneficia-se de uma extensa malha viária que facilita a logística de entrada e saída. Na última safra (2022/2023), a produção de grãos ultrapassou 13 milhões de toneladas, conforme dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), sendo essas commodities amplamente utilizadas na alimentação dos animais confinados. A proximidade entre a produção agrícola e a pecuária resulta na redução de custos e otimização do uso dos grãos para essa atividade.
A empresa Captar Agro, que começou suas operações em 2010 com espaço para 12 mil cabeças, é uma das propriedades da região. A fazenda recebe animais de toda a Bahia, principalmente da região semiárida, onde as condições para a criação de gado são mais desafiadoras. Atualmente, a fazenda tem capacidade para 50 mil animais, e nela são realizadas as etapas de criação, recria e engorda do gado em espaços médios de 12 metros quadrados por cabeça, conforme explicado por Almir Moraes, gestor da fazenda.
.LEIA TAMBÉM:
– Maior cidade do Nordeste fará investimento milionário em 690 ruas
– VÍDEO: Por que o NORDESTE é a MECA do HIDROGENIO VERDE no mundo?
– Réveillon no Nordeste! Como serão as principais festas de ano novo da região
O processo de confinamento permite uma redução significativa no tempo de engorda, embora exija investimentos substanciais em tecnologia, saúde animal e práticas sustentáveis. Durante uma visita recente à propriedade, o secretário da Agricultura, Pecuária, Irrigação, Pesca e Aquicultura da Bahia, Wallison Tum, reconheceu a ênfase na sustentabilidade presente nas atividades.
“A agropecuária baiana coexiste harmoniosamente com o meio ambiente, atendendo a uma demanda constante do mercado. Aqui, pude observar todo o processo de reaproveitamento de água, gestão de insumos e cuidados com os animais. Esta é a pecuária do futuro, fornecendo carne rastreável, de qualidade e em conformidade com as normas ambientais, tanto para o mercado nacional quanto internacional”, declarou Tum.
Na propriedade, cada animal recebe renovação de vacinas, mesmo aqueles com histórico recente de imunização. Esse cuidado assegura a saúde dos animais recém-chegados e a preservação daqueles já confinados, além de garantir a conformidade com as normas de sanidade, possibilitando a comercialização da carne em âmbito nacional e internacional. A mesma rigidez nos controles estende-se à alimentação, que é monitorada por programas de computador, acompanhando peso, localização, origem e outros aspectos dos animais durante todo o processo.