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Com abate de suínos, frigorífico da Masterboi intensifica revolução no agronegócio do NE

Preço da terra em alta, estados do Nordeste reduzindo o ICMS de Fronteira para o gado, crédito rural bate recorde… tudo isso provocado pela unidade da Masterboi em Canhotinho.

Há uma movimentação vigorosa em curso no agronegócio de Pernambuco. E, aos poucos, ela vai alcançando os estados vizinhos. Um fenômeno que começou quando surgiram as primeiras notícias de que a Masterboi iria inaugurar um frigorífico industrial em Canhotinho, no Agreste pernambucano.

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Com apenas seis meses de operação, a planta, que é única na região Nordeste, já provocou valorização no preço das terras e tem levado muitos criadores a investir no aumento de seus rebanhos. E, há uma semana, com o início do abate de suínos, uma nova onda começa a se propagar.

O Nordeste tem pouca tradição de suínos. A preferência é pelo porco, criado de forma mais rudimentar – sem os cuidados sanitários e sem alimentação balanceada dos suínos. “A criação de suínos vai crescer muito na região”, prevê Nelson Bezerra, presidente da Masterboi. Desde que decidiu instalar o frigorífico, ele tem viajado pelo Nordeste para assegurar aos criadores que agora há um comprador em grande escala para os animais que pretende abater – bovinos, suínos, caprinos e ovinos.

O esforço tem alcançado resultados. Em cinco meses, a Masterboi superou sua meta e tem abatido diariamente 200 cabeças de bovinos procedentes de vários estados da região, quase o dobro do que havia estabelecido para a primeira fase de operação.

Esse fluxo tende a aumentar rapidamente porque criadores de estados vizinhos têm se mobilizado para pressionar os seus governos a reduzir as alíquotas do ICMS de Fronteira. Assim, conseguem vender seus animais a preços mais competitivos para o frigorífico de Canhotinho.

ICMS de Fronteira
O Rio Grande do Norte e a Paraíba reduziram recentemente a alíquota do ICMS para a saída do gado. Nestes estados, os produtores estão pagando cerca de R$ 10,00 por cada animal que passa pela fronteira, contra R$ 300,00 de meses atrás.

O diretor financeiro da Federação da Agricultura e Pecuária da Paraíba (Faepa), Carlos Alberto Patrício, disse que a medida representa uma redução de 96% e permitirá aos criadores de gado bovino e bufalino ampliar negócios para fora do estado e incrementar a produção. “Com custo menor e mercado maior, o produtor é incentivado a aumentar seu rebanho”, enfatiza.

A medida vai contribuir ainda com o incremento da arrecadação nos estados, já que antes havia muita sonegação. “Como a Masterboi só compra com nota fiscal, esse mercado paralelo tende a diminuir bastante. A tendência é os demais estados da região adotarem a mesma medida no ICMS”, analisa Nelson Bezerra.

Crédito rural
Toda essa movimentação tem feito a procura por crédito rural dar um salto. Em 2022, só o Banco do Nordeste liberou para Pernambuco R$ 675 milhões para o setor da pecuária, crescimento de 36,8% sobre 2021. De 2018 a 2022, houve alta de 62,5% na concessão de crédito rural no estado.

No Banco do Brasil, a bovinocultura é a maior fatia da carteira de crédito rural, e cresceu cerca de 25% na última safra – entre julho de 2021 e junho de 2022. Neste período, em Pernambuco, de acordo com o Sistema Nacional de Crédito Rural (SNCR) do Banco Central, foram aplicados R$ 734 milhões em desembolsos para o agronegócio. Do total, R$ 270 milhões foram para a bovinocultura.

“Os produtores precisam investir em animais e isso demanda mais alimento, remédios, vacinas, contratação de mão de obra e mais giro”, diz o gerente de Mercado de Agronegócio do Banco do Brasil em Pernambuco, Milton Júnior. Segundo ele, os mais interessados são os pecuaristas de gado de corte, que querem investir na qualidade genética dos animais a fim de formar rebanhos comerciais, que eram escassos na região.

Esse fluxo tende a aumentar rapidamente porque criadores de estados vizinhos têm se mobilizado para pressionar os seus governos a reduzir as alíquotas do ICMS de Fronteira. Assim, conseguem vender seus animais a preços mais competitivos para o frigorífico de Canhotinho.

ICMS de Fronteira
O Rio Grande do Norte e a Paraíba reduziram recentemente a alíquota do ICMS para a saída do gado. Nestes estados, os produtores estão pagando cerca de R$ 10,00 por cada animal que passa pela fronteira, contra R$ 300,00 de meses atrás.

O diretor financeiro da Federação da Agricultura e Pecuária da Paraíba (Faepa), Carlos Alberto Patrício, disse que a medida representa uma redução de 96% e permitirá aos criadores de gado bovino e bufalino ampliar negócios para fora do estado e incrementar a produção. “Com custo menor e mercado maior, o produtor é incentivado a aumentar seu rebanho”, enfatiza.

A medida vai contribuir ainda com o incremento da arrecadação nos estados, já que antes havia muita sonegação. “Como a Masterboi só compra com nota fiscal, esse mercado paralelo tende a diminuir bastante. A tendência é os demais estados da região adotarem a mesma medida no ICMS”, analisa Nelson Bezerra.

Crédito rural
Toda essa movimentação tem feito a procura por crédito rural dar um salto. Em 2022, só o Banco do Nordeste liberou para Pernambuco R$ 675 milhões para o setor da pecuária, crescimento de 36,8% sobre 2021. De 2018 a 2022, houve alta de 62,5% na concessão de crédito rural no estado.

No Banco do Brasil, a bovinocultura é a maior fatia da carteira de crédito rural, e cresceu cerca de 25% na última safra – entre julho de 2021 e junho de 2022. Neste período, em Pernambuco, de acordo com o Sistema Nacional de Crédito Rural (SNCR) do Banco Central, foram aplicados R$ 734 milhões em desembolsos para o agronegócio. Do total, R$ 270 milhões foram para a bovinocultura.

“Os produtores precisam investir em animais e isso demanda mais alimento, remédios, vacinas, contratação de mão de obra e mais giro”, diz o gerente de Mercado de Agronegócio do Banco do Brasil em Pernambuco, Milton Júnior. Segundo ele, os mais interessados são os pecuaristas de gado de corte, que querem investir na qualidade genética dos animais a fim de formar rebanhos comerciais, que eram escassos na região.

Como criador de matrizes de suínos, Mota tem fornecido esses animais para outros criadores. São pessoas que antes só trabalhavam com gado. Alguns até tentaram criar suíno, mas ficaram desestimulados por falta de garantia na hora de vender, porque não havia na região um grande comprador. “Eles vendiam 10 suínos para um marchante aqui, 20 para outro ali… Nada de grande quantidade. Hoje, com o frigorífico de Canhotinho, é possível vender 150 animais de uma vez”, conta. E a Masterboi vai buscar o animal num raio superior a 800 km, seja em Alagoas, Paraíba ou no Rio Grande do Norte.

Um dos criadores que resolveu investir novamente em suínos é o empresário Antônio Caiçara, dono da rede de supermercados Pajeú. No passado, Caiçara chegou a montar, em Serra Talhada, Sertão de Pernambuco, uma estrutura onde confinou cerca de 2.500 animais. “Mas só houve a primeira ‘fornada’, porque ele não tinha para quem vender os animais em grande escala”, recorda Mota. Há cerca de dois meses, o empresário do Pajeú recebeu a visita de Nelson Bezerra, que o convenceu a retomar a criação. Com matrizes e leitões fornecidos por Cesar Mota, a criação de Caiçara foi retomada e hoje ela já soma cerca de mil animais.

A reprodução e a engorda são rápidas. Um leitão alcança 20 kg em 50 dias. Com 90 dias, já está pronto para o abate – com uma média de 100 kg. Com um cenário tão aquecido, o próprio Cesar Mota praticamente dobrou sua produção de matrizes, saltando de 180 para 350 nos últimos meses.

“Tem muita gente procurando matrizes no mercado. Gente não só de Pernambuco, mas de Alagoas, Paraíba e Rio Grande do Norte. Gente que quer fazer o ciclo completo, reproduzir e engordar para o abate”, revela o produtor. Em sua fazendo em Jucati, próximo a Garanhuns, no Agreste do estado, a produção alcança 450 leitões a cada 15 dias. “Esse é um negócio que vai crescer muito na região”, diz Mota. E Nelson Bezerra completa: “Lhe garanto que a cultura do suíno vai superar a do bovino aqui na região”.

FONTE: MOVIMENTO ECONOMICO

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