Ceará apresenta índice zero de desmatamento da Mata Atlântica
Após dois anos de queda, desmatamento volta a crescer na Mata Atlântica e aumenta quase 30% na maioria dos estados que contam com o bioma. No Ceará, diferentemente, os dados são animadores. O desflorestamento no Estado, no período de 2018-2019, representa menos de três hectares ou seja, zerado.
Nos levantamentos de 2016-2017 e 2017-2018, o Estado também apresentou índice zero. Divulgado na manhã desta quarta-feira (27), quando se comemora o Dia Nacional da Mata Atlântica, a nova edição do Atlas dos Remanescentes Florestais da Mata Atlântica, produzido pela SOS Mata Atlântica em parceria com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), considera os trechos protegidos pela lei do bioma, em 17 estados brasileiros, do Rio Grande do Sul ao Tocantins, o que equivale a 15% do território nacional.
Conforme documento, o Brasil perdeu 14.502 hectares de vegetação nativa, “a maior perda desde 2016”. Em meio aos números apresentados, os dados do Ceará, são animadores. O resultado positivo decorre de diversas ações de fiscalização e controle, nas áreas de Mata Atlântica, encontradas em 67 municípios cearenses. “Uma de nossas diretrizes de trabalho é o reflorestamento e a criação de unidades de conservação (UCs)”, afirma o titular da Secretaria do Meio Ambiente (Sema), Artur Bruno.
“São programas, projetos e ações, inclusive de educação ambiental, fiscalização, com metas, indicadores e prazos, visando à conservação da natureza”, completa. A Sema conta com uma Coordenadoria de Biodiversidade (Cobio) que promove maior agilidade na comunicação entre áreas protegidas e a Polícia Militar Ambiental, a Superintendência Estadual do Meio Ambiente (Semace) e a Delegacia de Proteção do Meio Ambiente, possibilitando o aperfeiçoamento do planejamento das ações de monitoramento.
De acordo com Painel CEUC, nos últimos três anos, a Sema criou três UCs, totalizando cerca de 5.5000 hectares de áreas protegidas em Mata Atlântica. São elas: Parque Estadual do Cocó (2017, nos municípios de Fortaleza, Maracanaú, Pacatuba, Itaitinga); Refúgio da Vida Silvestre (Revis) Periquito Cara – Suja (2018, Guaramiranga) e Revis Soldadinho do Araripe (2019, Crato).
Plano Municipal
A Mata Atlântica é o único bioma brasileiro protegido por lei (11.428/2006). Em 1988, a Constituição Federal reconheceu a Mata Atlântica como um patrimônio nacional. Mas a aprovação de uma lei para a floresta mais ameaçada do país só se deu 18 anos depois, em 2006, como explicou Mário Mantovani, diretor da SOS, durante Live, promovida pela Sema, no último dia 22 de maio. “Uma conquista da sociedade”, disse.
Para Mantovani, “a lei é tão interessante que consegue descer para o município, que pode fazer projetos de gestão da floresta no seu território”. Ele cita a formulação de Plano Municipal de Conservação e Recuperação da Mata Atlântica (PMMA), o “principal instrumento” para implementação da citada lei, nas gestões locais.
“A Sema trabalha intermitentemente, incentivando e apoiando, tecnicamente, os municípios, para a criação de seus planos”, informa Dóris Santos, coordenadora da Cobio/Sema.
Mata Atlântica no CE
No Ceará, a Mata Atlântica está localizado de maneira dispersa em dez regiões: Chapada do Araripe, Litoral, Chapada do Ibiapaba, Serra da Aratanha, Serra de Baturité, Serra do Machado, Serra das Matas, Serra de Maranguape, Serra da Meruoca, Serra de Uruburetama e Fortaleza, ocupando total ou parcialmente 67 municípios.
FONTE – SECOM CE