Num cenário político onde a representatividade feminina ainda caminha a passos lentos, Aracaju, a capital de Sergipe, apresenta um quadro promissor e diferenciado para as próximas eleições municipais. A cidade se destaca como a única capital brasileira onde a maioria das pré-candidaturas à prefeitura é composta por mulheres.
Ao todo, são seis representantes femininas na corrida eleitoral para a prefeitura
Mulheres na Política de Aracaju
Entre as pré-candidatas em Aracaju, a vereadora Emília Pessoa e a deputada estadual Janad Valcari, ambas do PL, partido de Jair Bolsonaro, estão entre elas. Ao mesmo tempo, a lista se expande com nomes como Katarina Feitosa (PSD), Danielle Garcia (MDB), Yandra Moura (União Brasil), Candisse Matos (PT), e Niully Campos (PSOL). Essa diversidade mostra o envolvimento de mulheres em um amplo espectro político, cobrindo várias ideologias e propostas para a gestão da cidade.
Contudo, o cenário ainda é de incertezas, com expectativas de afunilamento das candidaturas através de negociações que podem envolver apoio a outros candidatos como Luiz Roberto (PDT), que já conta com o apoio do atual prefeito Edvaldo Nogueira.
Desafios da Representatividade Feminina
Apesar desse cenário positivo em Aracaju, a presença feminina nas pré-candidaturas das capitais brasileiras ainda é baix. Dessa forma, representa apenas uma em cada cinco pré-candidatos. Essa estatística reflete a persistente desigualdade de gênero na política brasileira, onde as mulheres continuam subrepresentadas.
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A legislação eleitoral brasileira busca enfrentar essa disparidade, exigindo que os partidos lancem pelo menos 30% de candidatas mulheres nas chapas proporcionais e destinem uma parcela igual do fundo eleitoral para financiar as campanhas femininas. No entanto, brechas legais permitem que recursos para as candidaturas femininas sejam utilizados em posições secundárias, como candidatas a vice, ou mesmo em fraudes com candidaturas “laranjas” que não realizam campanha ativa.
Um Olhar para o Passado e o Futuro
Voltando às eleições de 2020, apenas 12% dos prefeitos eleitos eram mulheres, segundo dados do Instituto Alziras, uma organização dedicada a fortalecer a presença feminina na política. Apenas uma mulher ganhou as eleições para a prefeita em uma capital naquele ano, Cinthia Ribeiro (PSDB), em Palmas (TO). Este dado reforça a importância de iniciativas que promovam uma maior participação feminina em todos os níveis de decisão política.
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Exemplo para o Brasil
O exemplo de Aracaju nas próximas eleições municipais pode servir de inspiração para outras cidades e estados. Desse modo, incentivando uma maior inclusão feminina na política. Enquanto os desafios são significativos, o aumento da representatividade feminina é crucial para assegurar que mais vozes sejam ouvidas. Além disso, as mulheres representam diferentes perspectivas para a gestão pública. Com cada eleição, emerge a esperança de que o equilíbrio de gênero na política possa finalmente refletir a composição da sociedade.