A biodiversidade do Nordeste brasileiro tem se mostrado um tesouro inexplorado para o desenvolvimento da bioeconomia, combinando sustentabilidade, inovação e geração de renda. Essa riqueza natural ganhou evidência durante o III Seminário do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia do Complexo Econômico Industrial da Saúde (iCeis), realizado no Recife, onde a Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene) apresentou os avanços do Programa Impacta Bioeconomia.
O evento reuniu gestores públicos, empreendedores e pesquisadores, oferecendo uma plataforma para debater como os biomas nordestinos podem ser a base para soluções tecnológicas voltadas à saúde, especialmente na produção sustentável de medicamentos e cosméticos.

Natureza e inovação de mãos dadas
O Programa Impacta Bioeconomia, desenvolvido em parceria com as Universidades Federal de Pernambuco (UFPE) e do Vale do São Francisco (Univasf), tem como objetivo estruturar cadeias produtivas sustentáveis a partir dos recursos naturais abundantes do Nordeste.
Essa iniciativa visa transformar produtos típicos da região em itens de alto valor agregado, explorando o cooperativismo e fortalecendo a agricultura familiar.
José Farias, economista e representante da Sudene, destacou o impacto positivo do programa:
“Estamos transformando insumos típicos da região, como o maracujá da caatinga, licuri, umbu, pitanga e acerola, em produtos inovadores para o mercado nacional e internacional. Além disso, o cooperativismo proporciona autonomia e crescimento para pequenos produtores,” afirmou.
Produtos da Caatinga: Inovação e Mercado

Abaixo, veja alguns dos principais produtos do Impacta Bioeconomia e suas aplicações:
Produto | Origem | Aplicação |
---|---|---|
Maracujá da Caatinga | Caatinga | Suplementos alimentares, cosméticos e bioativos |
Licuri | Semiárido | Óleos essenciais, alimentos funcionais |
Umbu | Sertão nordestino | Polpas, sucos e extratos para cosméticos |
Pitanga | Mata Atlântica | Ingrediente para cosméticos e fitoterápicos |
Acerola | Regiões tropicais | Vitaminas, antioxidantes e suplementos |
Renda e Sustentabilidade
Com um investimento de R$ 553 mil da Sudene, o Impacta Bioeconomia conta com o apoio de cooperativas como a Coopercuc (BA) e a Cooates (PE), fortalecendo o papel do cooperativismo na economia local.
A produção colaborativa e sustentável oferece novas oportunidades comerciais para os pequenos produtores, permitindo que se destaquem no mercado de suplementos, extratos e bioativos, sem depender exclusivamente da venda de matéria-prima bruta.
A proposta é clara: aliar a exuberância natural do Nordeste ao avanço tecnológico, promovendo uma economia mais verde, inclusiva e lucrativa para a região. Com isso, a região vai ter desenvolvimento e sustentabilidade.
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