Nordeste pode ganhar ferrovia ligando Atlântico ao Pacífico

EXPORTAÇÕES BAIANAS foto divulgação governo da bahia
EXPORTAÇÕES BAIANAS foto divulgação governo da bahia

Uma delegação de engenheiros ferroviários do governo chinês esteve em Ilhéus (BA) nesta quarta-feira (16) para avaliar a situação atual das obras da Ferrovia Integração Leste-Oeste (Fiol), com visitas na Fiol 1 e no Porto Sul, buscando estudar a viabilidade de um Corredor Bioceânico Brasil-Peru. 

A princípio, a visita, teve como objetivo analisar a possibilidade de conectar o Porto Sul, no Oceano Atlântico, ao porto peruano de Chancay, no Oceano Pacífico, criando o Corredor Bioceânico Brasil-Peru.

Conheça o corredor Bioceânico Brasil-Peru

A proposta é estabelecer um corredor ferroviário estruturante para transporte de carga no Brasil, atravessando Bahia, Goiás, Mato Grosso, Rondônia e Acre. Essa infraestrutura permitiria o escoamento da produção da região central do país até o Porto de Chancay, no Peru.

Assim, a China deverá elaborar um novo estudo voltado à implantação do Corredor Bioceânico Brasil-Peru, visando criar uma rota estratégica para o comércio entre os dois oceanos e ampliar as conexões comerciais entre a China e os países da América do Sul.

Fico-Fiol: projeto ferroviário estratégico

O projeto Fico-Fiol compreende a concessão à iniciativa privada das ferrovias Integração Centro-Oeste (Fico) e Fiol. Prioritário no Novo PAC, o empreendimento prevê 2,7 mil quilômetros de extensão entre Bahia, Goiás e Mato Grosso, com investimentos estimados em R$ 28,7 bilhões. As ferrovias serão integradas à Ferrovia Norte-Sul e à Ferrovia Centro-Atlântica (FCA), fortalecendo a consolidação de um corredor logístico estratégico.

Porto Sul e Fiol: infraestrutura baiana no centro da integração logística

Ao mesmo tempo, o Porto Sul e a Ferrovia Oeste-Leste são fundamentais para o escoamento de minérios e grãos, representando uma grande artéria para o desenvolvimento de novos projetos industriais e agroindustriais. A Malha I da Fiol, com 537 quilômetros entre Caetité (BA) e Ilhéus (BA), é peça essencial na logística de escoamento de cargas.

Dessa forma, a integração com o Porto Sul figura como uma das alternativas mais promissoras para o sucesso do corredor bioceânico. A concessionária Bahia Mineração S.A. (Bamin) é responsável pelas obras do trecho ferroviário e também pela construção do Porto Sul.

Delegação chinesa realiza avaliações técnicas

Antes de mais nada, a delegação chinesa iniciou a semana visitando as obras do entroncamento entre a Fico-Fiol e a Ferrovia Norte-Sul, em Mara Rosa (GO), ponto exato em que essas ferrovias se encontram. Na última terça-feira (15), os técnicos asiáticos foram recebidos na Casa Civil, em Brasília (DF). Contudo, nesta quinta-feira (17) seguem para o Porto de Santos, dando continuidade à análise da infraestrutura logística brasileira e à articulação com o Corredor Bioceânico Brasil-Peru.

Principais características do Corredor Bioceânico Brasil-Peru

Característica Detalhes
Extensão total Aproximadamente 2.700 km
Estados brasileiros envolvidos Bahia, Goiás, Mato Grosso, Rondônia, Acre
Conexão internacional Porto de Chancay, Peru
Objetivo principal Escoamento de grãos e minérios para o mercado asiático
Investimento estimado R$ 28,7 bilhões
Integração com outras ferrovias Ferrovia Norte-Sul, Ferrovia Centro-Atlântica (FCA)
Responsável pela construção da Fiol Bahia Mineração S.A. (Bamin)
Responsável pela construção do Porto Sul Bahia Mineração S.A. (Bamin)

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Corredor Bioceânico Brasil-Peru: o que é?

  • Objetivo: Ao mesmo tempo, criar uma rota ferroviária que conecte o Oceano Atlântico ao Oceano Pacífico, facilitando o comércio entre o Brasil e os países da América do Sul, com destaque para a China.

  • Trajeto: A princípio, a ferrovia partiria do Porto Sul, em Ilhéus (BA), atravessando os estados de Goiás, Mato Grosso, Rondônia e Acre, até chegar ao porto de Chancay, no Peru.

  • Benefícios esperados:

    • Redução do tempo de transporte de cargas entre o Brasil e a Ásia em cerca de dez dias.

    • Diminuição dos custos logísticos para exportadores brasileiros.

    • Integração das regiões produtoras do Centro-Oeste e Norte do Brasil aos mercados internacionais.

    • Estímulo ao desenvolvimento econômico das regiões atravessadas pela ferrovia.

  • Situação atual: O projeto está em fase de estudos e avaliações técnicas. Contudo, já conta com a participação ativa do governo chinês na análise da viabilidade da construção da ferrovia e da integração com o porto de Chancay.

Dessa forma, a implementação do Corredor Bioceânico Brasil-Peru representa uma oportunidade estratégica para o Brasil fortalecer sua posição no comércio internacional. E assim, impulsionar o desenvolvimento regional por meio de investimentos em infraestrutura logística.

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