Pesquisa nordestina pode reduzir custos e facilitar transplantes no Brasil
A Universidade Estadual do Ceará (UECE) conquistou sua sexta patente com a inovação de um novo método de preservação de rins para transplante, usando água de coco desidratada como solução biotecnológica. A princípio, a invenção, inédita no mundo, foi registrada no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) e destaca a excelência da ciência produzida no Nordeste.
Ciência nordestina à frente na preservação de órgãos
- O método surgiu como resposta a um desafio global: manter órgãos preservados de forma acessível e eficaz.
- A médica-cirurgiã Ivelise Canito Brasil, professora da UECE e professora do Hospital Universitário do Ceará (HUC), liderou o estudo no Núcleo Integrado de Biotecnologia (NIB) da Faculdade de Veterinária.
De acordo com a médica-cirurgiã e professora da Uece, Ivelise Canito Brasil, orientadora do estudo, a proposta foi desenvolver um produto nacional, capaz de preservar órgãos para transplante e, assim, “reduzir custos, otimizar os recursos disponíveis no Brasil e possibilitar a realização de mais transplantes”. Além disso, a professora é também diretora do Hospital Universitário do Ceará (HUC) e ex-diretora do Hospital Geral de Fortaleza (HGF), referência nesse tipo de procedimento.
- Testes iniciais em modelos animais deram resultados excelentes. A perspectiva é avançar para testes em humanos após fases adicionais e aprovação da Anvisa.

Benefícios da solução com água de coco
A equipe de pesquisadores concluiu que essa nova técnica pode:
- Gerar uma economia de até 70% em comparação aos métodos tradicionais com preservadores importados.
- Eliminar a necessidade de cadeia fria, simplificando a logística de transporte e circulação de órgãos em regiões remotas.
- Facilitar a captação, preservação e distribuição dos órgãos em todo o Brasil.
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Pesquisadores e ciência regional em destaque
O projeto destacou a importância da colaboração entre pesquisadores nordestinos:
- A pesquisa foi desenvolvida pelos professores José Ferreira Nunes e Cristiane Clemente Salgueiro, que já possuem experiência no uso da água de coco em pó na biotecnologia.
- O médico e doutor em Biotecnologia Rômulo Augusto da Silveira conduziu a pesquisa sobre a água de coco desidratada como agente preservador de órgãos.
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O pesquisador principal do projeto, médico Rômulo Augusto da Silveira, doutor em Biotecnologia pela Uece, detalha a escolha da substância:
“Optamos pela água de coco desidratada devido às suas propriedades bioquímicas e ao histórico positivo na preservação de outros tecidos. Ela possui uma composição rica em nutrientes, eletrólitos, antioxidantes e agentes oncóticos que podem ser benéficos para a preservação renal”. Ele também destaca o caráter inovador do trabalho: “Embora já tenha sido testada para preservação de células e tecidos, essa é a primeira vez que a água de coco é aplicada especificamente à preservação de rins, o que torna nossa pesquisa inédita”.
Detalhes da Pesquisa no Ceará
Aspecto | Detalhes |
Universidade | UECE — Universidade Estadual do Ceará |
Solução inovadora | Água de coco desidratada para preservação de rins |
Patente concedida | Sexta patente da UECE pelo INPI |
Principais pesquisadores | Ivelise Canito Brasil, Rômulo Silveira, José Ferreira Nunes, Cristiane Mello |
Economia estimada | Redução de até 70% nos custos de preservação |
Logística | Dispensa cadeia fria tradicional |
Próximas fases | Testes em animais, perfusão em humanos, aprovação da Anvisa |
Potencial de aplicação | Outros órgãos sólidos (como fígado e vasos) |
Portanto, com essa inovação, a UECE reafirma seu papel como um dos principais polos de ciência aplicada e biotecnologia no Nordeste, contribuindo com soluções práticas que podem salvar vidas e fortalecer o sistema de saúde brasileiro.
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