O Porto de Suape deu início oficial às operações de abastecimento de bunker, em parceria com a Ultracargo e a Dislub. Com isso, os navios que atracam no porto não precisarão mais carregar grandes volumes de combustível para completar suas rotas, além de transportar suas cargas.
As operações de abastecimento começaram efetivamente em julho
Desde então, em pouco mais de um mês, cinco navios, de diferentes tamanhos, já foram abastecidos. Antes disso, o único porto no Nordeste que oferecia esse serviço era o Porto de Aratu-Candeias, na Bahia.
No entanto, devido à demanda da refinaria local por exportações, o bunker nem sempre estava disponível, obrigando os navios a se deslocarem até o Rio de Janeiro para abastecer.
As operações de bunker trazem benefícios significativos para a logística, a receita portuária, o meio ambiente e a economia local. “Antes, os navios que vinham para Suape precisavam se abastecer fora do Brasil, chegando ao porto com menos carga e mais combustível, o que aumentava as emissões atmosféricas”, explica Helano Gomes, vice-presidente executivo da Ultracargo.
O início dessas operações é visto como um marco importante “para o estado, para o porto e para o Nordeste. Além dos benefícios econômicos, ambientais e estratégicos, a operação também gera empregos”, destaca Gomes.
A Ultracargo, que opera um terminal de granéis líquidos no complexo portuário desde 1986, disponibiliza seus tanques para que a Dislub realize a distribuição do combustível.
A Dislub conta com uma infraestrutura de quatro tanques da Ultracargo, cada um com capacidade de 10 mil m³, totalizando 40 mil m³ para armazenamento de combustível. O combustível é transferido do terminal para uma barcaça através do Píer de Granéis Líquidos – PGL 1.
Operações de bunker
O projeto começou a ser desenvolvido em 2019 e foi concretizado em 2024. A viabilização das operações de bunker dependia não apenas da estrutura de armazenamento e de uma distribuidora, mas também de ajustes nas regras fiscais junto à Receita Federal, Secretaria da Fazenda de Pernambuco e Agência Estadual de Meio Ambiente (CPRH).
As operações de bunker funcionam de maneira semelhante a um posto de abastecimento convencional, mas em uma escala muito maior e com processos mais complexos.
Enquanto um posto de combustíveis para carros abastece veículos individuais com pequenos volumes, o bunker abastece grandes navios com grandes quantidades de combustível através de sistemas especializados, como barcaças e tubulações.
Devido aos desafios fiscais e aduaneiros específicos do setor marítimo, a operação de bunker exige uma regulamentação rigorosa, logística elaborada e coordenação precisa para garantir que o combustível seja entregue de forma eficiente e dentro das normas.
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O Porto de Suape começou com as operações de bunker onshore, que são feitas dentro do próprio porto. “Quando o navio atraca aqui, ele já está em águas calmas, permitindo que a barcaça, que é um equipamento menor, se aproxime e faça o abastecimento”, explica Leonardo Cerquinho, diretor de desenvolvimento e novos negócios da Dislub.
Ainda não foram iniciadas as operações de abastecimento offshore, que ocorrem fora do porto, mas a expectativa é que Suape comece a oferecer essa opção dentro de seis meses a um ano.
A expansão das operações de bunker no Porto de Suape só foi possível graças às obras de dragagem do canal externo, concluídas em abril deste ano. “Com a finalização da obra, os navios agora contam com maior profundidade para não só carregar suas cargas, mas também para se abastecer”, observa Guiot, presidente do porto.
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Durante a cerimônia de oficialização, foi anunciada a expectativa de obras para dois novos terminais em Suape, fortalecendo ainda mais a infraestrutura do porto.