Diversas entidades do setor produtivo de Pernambuco estão unindo esforços para pressionar o Governo Federal pela finalização do trecho pernambucano da Ferrovia Transnordestina, e para incluir a obra no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC III) e no Plano Plurianual (PPA) do governo federal. A FIEPE (Federação das Indústrias do Estado de Pernambuco), juntamente com a Amcham, o grupo Atitude Pernambuco, e o deputado federal Augusto Coutinho (Republicanos), coordenador da Bancada Pernambucana, lideram esse movimento. O trecho em questão conecta a cidade de Salgueiro, no Sertão Central de Pernambuco, ao Porto de Suape.
Em evento que ocorre hoje segunda-feira (17), às 9 horas, na sede da Casa da Indústria, será entregue um manifesto assinado por mais de 20 entidades representativas dos setores industrial, comercial, agrícola, tecnológico, de serviços, autoridades governamentais e representantes da sociedade civil. O objetivo é sensibilizar deputados federais, senadores e ministros pernambucanos presentes no encontro sobre a importância de incluir a conclusão do trecho Salgueiro-Suape no PAC III e no PPA.
A conexão direta entre o interior do estado e o Porto de Suape trará inúmeros benefícios para o fluxo de mercadorias, reduzindo a dependência do transporte rodoviário. Isso resultará em um aumento na capacidade de escoamento da produção, redução dos custos logísticos, maior competitividade das empresas e facilidade na comercialização dos produtos tanto no mercado interno quanto externo. O presidente da FIEPE, Ricardo Essinger, ressalta que esses desenvolvimentos impulsionarão a geração de empregos e renda tão necessários para o crescimento de Pernambuco.
Caso o projeto seja concluído, espera-se um impacto significativo em toda a economia de Pernambuco e dos estados vizinhos. Acredita-se que novos negócios surgirão ao longo da ferrovia e os já existentes se tornarão mais competitivos, como é o caso da avicultura concentrada em algumas cidades do Agreste do estado. Estima-se que o frete ferroviário seja, em média, 30% mais barato que o rodoviário, atualmente o único modal disponível para o interior de Pernambuco.
A inclusão do trecho Salgueiro-Suape da Ferrovia Transnordestina no PAC III garantiria o financiamento necessário para retomar as obras e implementar medidas que acelerem sua conclusão. Além disso, a inclusão no Plano Plurianual proporcionaria continuidade e um planejamento de longo prazo. O PPA é um instrumento essencial para orientar políticas públicas e investimentos de forma consistente, garantindo a continuidade das ações ao longo dos anos.
Para o setor produtivo pernambucano, a conclusão dessa obra aceleraria a melhoria do ambiente de negócios em Pernambuco e nos estados vizinhos. Uma infraestrutura de transporte eficiente e integrada é um fator crucial para atrair investimentos para a região. Com o trecho Salgueiro-Suape em pleno funcionamento, Pernambuco se tornará um polo mais atraente para investimentos, beneficiando empresas nacionais e internacionais que poderão aproveitar os benefícios do transporte ferroviário para estabelecer suas operações no estado, destaca o presidente do Conselho Regional da Amcham Recife, Paulo Sales.
A Ferrovia Transnordestina foi iniciada em 2006, conectando Eliseu Martins, no Sul do Piauí, a Salgueiro. A partir de Salgueiro, o projeto se divide em dois trechos: um seguindo até Suape e outro indo para Pecém, em São Gonçalo do Amarante, no Ceará. O trecho pernambucano está paralisado desde 2016, enquanto o trecho cearense está sendo concluído pela empresa Transnordestina Logística S.A. (TLSA), que detém a concessão para explorar os trens no Nordeste. Devido a questões burocráticas e desacordos entre as partes, a retomada desse trecho da ferrovia tem enfrentado obstáculos. O governo de Pernambuco está acompanhando de perto o desdobramento dessa situação, já que a conclusão da ferrovia poderá impulsionar a competitividade do estado e tornar o transporte de mercadorias mais acessível para as diversas cadeias produtivas.
REDAÇÃO