O mês de dezembro é marcado pelo início do verão no Brasil, mas também por diferentes padrões climáticos nas diversas regiões do país. No Nordeste, a previsão do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) é de chuvas próximas ou abaixo da climatologia do mês em áreas da Região Nordeste (tons em cinza, amarelo e laranja – figura 1a), com volumes previstos inferiores a 200 milímetros (mm). Já a parte leste da Região Nordeste, ainda estará em seu período seco e é normal que os acumulados de chuva não ultrapassem os 100 mm.
Como ficará o tempo no Nordeste?
A Região Nordeste é formada por nove estados: Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe. Cada um deles tem suas particularidades climáticas, mas de forma geral, podemos dividir o Nordeste em duas zonas: a zona da mata, que abrange o litoral e parte do agreste, e o sertão, que ocupa o interior da região.
A zona da mata tem um clima tropical úmido, com chuvas mais frequentes e regulares ao longo do ano. Já o sertão tem um clima semiárido, com chuvas escassas e irregulares, concentradas em poucos meses. Essa diferença se deve à influência dos sistemas atmosféricos que atuam sobre a região, como a Zona de Convergência Intertropical (ZCIT), os Vórtices Ciclônicos de Altos Níveis (VCAN) e as Frentes Frias (FF).
Em dezembro, a ZCIT, que é uma faixa de nuvens que circunda a linha do Equador, tende a se afastar do Nordeste, reduzindo as chances de chuva na região. Os VCAN, que são sistemas de baixa pressão que se formam na alta atmosfera, também perdem força e frequência nesse período. As FF, que são massas de ar frio que avançam do Sul para o Norte do país, podem provocar chuvas no litoral leste do Nordeste, mas com menor intensidade e abrangência do que nos meses de inverno.
Assim, a previsão do Inmet indica que em dezembro de 2023, as chuvas serão abaixo da média em grande parte do Nordeste, especialmente no sertão, onde os volumes previstos são inferiores a 200 mm. A exceção fica por conta do leste da Bahia e do norte do Maranhão, onde as chuvas podem ser próximas ou ligeiramente acima da média, com volumes entre 200 e 300 mm.
Quais são as temperaturas esperadas para o Nordeste?
As temperaturas no Nordeste são elevadas durante todo o ano, mas em dezembro elas tendem a aumentar ainda mais, devido à maior incidência de radiação solar sobre a região. A previsão do Inmet indica que as temperaturas deverão ser acima da média em grande parte do Nordeste (tons em amarelo e laranja – figura 1b), principalmente no leste da Região Norte e grande parte da Região Nordeste, onde as temperaturas médias podem superar 28ºC.
No entanto, as temperaturas podem variar de acordo com a altitude, a proximidade do mar e a cobertura de nuvens. Assim, as áreas mais altas, como a Chapada Diamantina na Bahia e a Serra da Ibiapaba no Ceará, podem ter temperaturas mais amenas, entre 20 e 25ºC. Já as áreas litorâneas, como o Recife em Pernambuco e Fortaleza no Ceará, podem ter temperaturas mais moderadas, entre 25 e 30ºC, devido à brisa marítima que refresca o ar. Por fim, as áreas mais secas e ensolaradas, como o sertão de Pernambuco e da Paraíba, podem ter temperaturas mais elevadas, entre 30 e 35ºC.
Quais são as recomendações para os moradores e visitantes do Nordeste?
Diante da previsão de chuvas abaixo da média e temperaturas acima da média no Nordeste em dezembro de 2023, algumas recomendações são importantes para os moradores e visitantes da região. São elas:
- Manter-se hidratado, bebendo bastante água e evitando bebidas alcoólicas e cafeinadas, que podem causar desidratação.
- Usar protetor solar, chapéu, óculos escuros e roupas leves e claras, para se proteger dos raios ultravioletas, que podem causar queimaduras, envelhecimento precoce e câncer de pele.
- Evitar a exposição ao sol entre as 10h e as 16h, quando a radiação solar é mais intensa e prejudicial à saúde.
- Acompanhar a previsão do tempo e os alertas meteorológicos, para se prevenir de possíveis eventos extremos, como tempestades, enchentes, deslizamentos, secas e incêndios florestais.
- Economizar água e energia, evitando desperdícios e contribuindo para a preservação dos recursos naturais e a sustentabilidade ambiental.