Recentemente, fui convidada para ofertar uma palestra para mulheres empreendedoras. O evento fez parte da programação mensal do Poder da Saia, um coletivo do qual faço parte, e que oferece, dentre outros pontos, novas perspectivas sobre um empreender feminino. Para esse público especificamente, escolhi falar sobre planejamento e, para tanto, sobre uma ferramenta chamada Ciclo PDCA.
A proposta embrionária do PDCA foi criada na década de 1920, pelo norte-americano Walter A. Shewhart, e depois melhorada por William E. Deming nos anos 50. A ideia era criar um método que auxiliasse na melhoria dos processos de maneira contínua. Isto porque o Ciclo propõe uma rotina de gestão com controle por meio da repetição de quatro macro etapas: planejar (plan), fazer (do), checar (check) e agir (act).
E era sobre a última etapa “agir” – ou “corrigir”, na minha interpretação -, que eu mais queria falar. Sim, corrigir! Há mais de 50 anos, um homem sabia que ajustar e corrigir a rota, é também, uma etapa do processo. Mas nós, mulheres, estamos acostumadas a sentir uma onda de culpa e frustração quando aquilo que colocamos no papel não é realizado à risca ao final do dia ou do ano.
Será mesmo que somos tão incompetentes quanto nos sentimos? Ou estamos vivendo numa rotina de dimensionar mal as nossas metas, porque achamos que temos que vencer logo? Que temos que fazer tudo, quando na realidade não há recursos suficientes (seja o tempo, seja a ajuda necessária)? “O dia tem que ser vencido”, nós pensamos, como se fôssemos super mulheres – excelentes em tudo.
Mas o dia é somente um ciclo. Só mais um. E, amanhã, tem outro.
Todos os dias, meses, trimestres e anos, experimentamos uma teoria de planejamento que, em tese, vai funcionar. Procuramos cuidar dos detalhes, para que ela nos auxilie a prever cenários e mitigar os erros já conhecidos. Mas sempre haverá o imprevisível. E, então, precisaremos recalcular a rota para chegar aos resultados possíveis.
Mais do que disciplina, precisamos ter consistência. Precisamos recomeçar com os dois pés no chão, uma gestão atenta e acreditar que somos capazes. Com o passar dos ciclos e com toda essa carga de cuidado que carregamos, seremos, sem dúvidas, ainda melhores. – @marialiviacunha é jornalista e uma das criadoras da Soé.
Experimente na prática!
Planejar: Pelo PDCA, todo planejamento começa com a observação de experiências reais (suas ou do mercado), para que, então, você possa estabelecer parâmetros confiáveis e elaborar metas realizáveis. Seja honesta com o que pode ser realizado, escolha um prazo, elenque as atividades;
Fazer: Ao começar a fazer, estabeleça também uma rotina de registro. E comece, comece logo;
Checar: Depois, acompanhe de perto o desenvolvimento das suas metas, crie uma rotina de reuniões periódicas, anote todos os dados que forem relevantes – inclusive os problemas;
Agir: Ao final do período, observe o que foi realizado, o que funcionou e o que precisa de correção. Faça os ajustes necessários e recomece. Os resultados serão melhores a cada ciclo. Confie.
FOTO: Freepik