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O papel do Nordeste na Proclamação da República

O Nordeste foi uma das regiões mais importantes para o processo que levou à Proclamação da República no Brasil, em 15 de novembro de 1889. Além de ser o berço de alguns dos principais líderes republicanos, como o marechal Deodoro da Fonseca, o Nordeste também foi palco de movimentos sociais e políticos que desafiaram a monarquia e contribuíram para a sua crise.

A Revolta Praieira

Uma das primeiras manifestações republicanas no Nordeste foi a Revolta Praieira, que ocorreu em Pernambuco entre 1848 e 1850. A revolta foi liderada por um grupo de liberais radicais, chamados de praieiros, que se opunham ao domínio dos conservadores, chamados de saquaremas, na política provincial. Os praieiros defendiam uma série de reformas, como o voto universal, a liberdade de imprensa, a extinção do poder moderador e a república federativa.

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A revolta foi duramente reprimida pelas forças imperiais, mas deixou um legado de resistência e de ideias republicanas no Nordeste. Alguns dos participantes da revolta, como o jornalista Antônio Borges da Fonseca e o médico Joaquim Nabuco de Araújo, pai do abolicionista Joaquim Nabuco, se tornaram influentes propagandistas da república.

A Questão Religiosa

Outro fator que abalou a monarquia no Nordeste foi a Questão Religiosa, que envolveu um conflito entre a Igreja Católica e o Estado brasileiro na década de 1870. O conflito começou quando o papa Pio IX publicou o Syllabus, um documento que condenava o liberalismo, o racionalismo e a separação entre a Igreja e o Estado. O imperador D. Pedro II, que era um liberal e um defensor da tolerância religiosa, não aceitou as imposições do papa e manteve o padroado, o direito de nomear os bispos no Brasil.

Em 1872, D. Vital de Oliveira foi nomeado bispo de Olinda e desafiou o imperador ao seguir as ordens do papa e proibir maçons de participarem das cerimônias religiosas. O governo reagiu e prendeu ele, provocando uma crise entre os católicos e os maçons, que eram maioria na elite política. Muitos católicos se sentiram ofendidos com a intervenção do Estado na Igreja e se aproximaram do movimento republicano, que defendia a separação entre as duas instituições.

A Abolição da Escravatura

O último e mais decisivo fator que levou à Proclamação da República no Nordeste foi a Abolição da Escravatura, que aconteceu em 13 de maio de 1888. A abolição foi resultado de uma longa luta dos escravizados, dos abolicionistas e dos republicanos, que viam na escravidão um entrave para o progresso do país. No entanto, a abolição foi feita sem nenhuma indenização aos senhores de escravos, o que gerou uma grande insatisfação entre os fazendeiros do Nordeste, principalmente os produtores de açúcar e algodão.

Os fazendeiros nordestinos se sentiram traídos pela monarquia, que não os protegeu dos interesses dos cafeicultores do Sudeste, que já tinham substituído a mão de obra escrava pela imigrante. Além disso, os fazendeiros também se ressentiam da falta de autonomia política e econômica das províncias, que eram submetidas ao centralismo do Rio de Janeiro. Assim, muitos fazendeiros aderiram à república, que prometia uma maior descentralização e federalização do país.

Também há de se citar que dentre os escravos que se rebelaram em quilombos, o mais importante deles foi Zumbi, que fundou o Quilombo do Palmares, em Alagoas.

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A Proclamação da República

A Proclamação da República foi o resultado de um golpe militar liderado pelo marechal Deodoro da Fonseca, que era natural de Alagoas e tinha participado da Guerra do Paraguai. Este importante momento da história do Brasil também teve a participação de civis, como  o advogado Rui Barbosa, que era da Bahia.

D. Pedro II, que estava em Petrópolis, foi informado do golpe e aceitou pacificamente a sua deposição. Ele embarcou com a sua família para a Europa no dia 17 de novembro, encerrando o período imperial no Brasil.

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A Proclamação da República inaugurou uma nova fase na história do Brasil, marcada por mudanças políticas, sociais e econômicas. O Nordeste teve um papel fundamental nesse processo, pois foi uma das regiões que mais contribuiu para a crise da monarquia e para a consolidação da república. No entanto, o Nordeste também enfrentou muitos desafios e conflitos na nova ordem republicana, como a Revolta de Canudos, a Guerra de Canudos e o Cangaço.

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