Nos últimos anos, o Brasil testemunhou um aumento significativo no número de médicos em todo o país. Contudo, mesmo com esse crescimento, o Nordeste ainda enfrenta uma realidade preocupante: os desertos médicos. São regiões onde a presença desses profissionais é escassa.
Essa disparidade é mais evidente quando observamos a distribuição dos médicos pelo território nacional. A maior parte está concentrada no Sul, Sudeste e no Distrito Federal, áreas com maior concentração de renda. Já o Norte e o Nordeste sofrem com a escassez desses profissionais. Uma pesquisa do Conselho Federal de Medicina revelou que em Brasília, por exemplo, o número de médicos por habitante é 4,5 vezes maior do que no Pará, o estado com a menor proporção.
Essa desigualdade não se limita apenas entre regiões, mas também entre as capitais e o interior dos estados. Cerca de 60% dos médicos estão em municípios com mais de 500 mil habitantes, enquanto em cidades menores, com até cinco mil habitantes, a proporção é de quase 0,5 médico para cada mil pessoas.
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Deserto médico é reflexo das desigualdades
É crucial reconhecer que essa discrepância não é apenas uma questão de oferta e demanda no mercado de trabalho, mas sim um reflexo das desigualdades sociais e econômicas que permeiam nosso país. Como destaca o Conselheiro do CFM, Donizetti Dimer, políticas públicas que promovam a fixação de médicos em áreas remotas e de difícil acesso são essenciais para garantir um sistema de saúde equitativo e eficiente.
O governo federal tem enfrentado esse desafio com a ampliação do programa Mais Médicos, que visa levar profissionais de saúde para as regiões mais vulneráveis e remotas do país. Desde sua retomada, o programa já contratou cerca de 17 mil profissionais, representando um reforço significativo na oferta de assistência médica nessas áreas.
Apesar dos avanços, ainda há um longo caminho a percorrer. A equidade na distribuição de médicos é fundamental para garantir o acesso universal à saúde. Desse modo, reduzir as disparidades regionais. É preciso continuar investindo em políticas que incentivem a atuação de profissionais de saúde em áreas subatendidas, além de promover melhorias nas condições de trabalho e infraestrutura nessas regiões.
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O desafio dos “desertos médicos” é um reflexo das profundas desigualdades sociais e regionais do Brasil. Enquanto lutamos para superar essa realidade, é essencial que o Estado assuma um papel ativo na promoção da equidade na saúde. Dessa forma, garantindo que todos os brasileiros tenham acesso a serviços médicos de qualidade, independentemente de onde vivam.
Com informações da Agência Brasil