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Economia

Nordeste dá o pontapé na biorrefinaria de bambu para etanol pioneira nas Américas

O projeto, que deve nascer no Nordeste, agora avança para a etapa final de estudos técnicos, econômicos e ambientais.
Eliseu Lins, da Agência NE9
27 de agosto de 2025 - às 11:45
Atualizado 27 de agosto de 2025 - às 11:45
3 min de leitura

A empresa 4WOOD Biotech, sediada em Joinville (SC), concluiu os estudos de pré-viabilidade para instalar a primeira biorrefinaria das Américas a transformar bambu em etanol de segunda geração (E2G) e outros bioprodutos de alto valor.

A princípio, o projeto, que deve nascer no Nordeste, agora avança para a etapa final de estudos técnicos, econômicos e ambientais.

Processo inovador e tecnologias envolvidas

  • A planta utilizará 450 mil toneladas de bambu por ano, com capacidade estimada de produzir entre 250 e 280 litros de etanol 2G por tonelada de biomassa.
  • A tecnologia desenvolvida pela Chempolis (Finlândia), já validada em escala comercial, permite a produção simultânea de etanol 2G, furfural, ácido acético e lignina de alta pureza (livre de enxofre) na mesma cadeia produtiva — um diferencial tecnológico de ponta.
  • A produção será baseada no aproveitamento integral da biomassa, sem desperdícios, seguindo um modelo de economia circular.

Benefícios do bambu como matéria-prima

  1. Alta produtividade e sustentabilidade: o bambu cresce rápido, rebrotando após cada corte, sem necessidade de replantio, e pode ser cultivado em áreas degradadas.
  2. Baixo impacto ambiental: não compete com áreas agrícolas, possui baixa ILUC (mudança indireta no uso da terra) e contribui para uma agricultura regenerativa.
  3. Inclusão social: oferece nova fonte de renda para agricultores familiares, integrando comunidades do campo a cadeias produtivas tecnológicas e sustentáveis.
  4. Descarbonização: o etanol 2G reduz significativamente as emissões de carbono, alinhando o projeto à transição energética nacional.

Parcerias e avanços

A 4WOOD Biotech lidera o projeto em conjunto com o SENAI-RJ e unidades EMBRAPII, que apoiarão com estudos laboratoriais, modelagem de processos e avaliação de sustentabilidade. Além disso, está em andamento também a articulação com instituições de fomento e investidores estratégicos. Assim, a implantação da biorrefinaria está prevista para iniciar em 2026.

Por que essa biorrefinaria é um marco para o Nordeste e o Brasil?

  • Abre uma nova fronteira para a bioeconomia nacional, gerando emprego e agregando valor à produção local.
  • Incentiva a formação de cadeias produtivas regionais, fortalecendo a economia territorial de baixo carbono.
  • Coloca o Nordeste como protagonista de práticas sustentáveis e inovação tecnológica de nível internacional.

Mais informações

AspectoDetalhes
Matéria-primaBambu: alto rendimento, sustentável e inclusivo
Tecnologia empregadaPlataforma Chempolis para produção integrada (et), furfural, lignina
Produção estimada450 mil t/ano de bambu → 250–280 l/t de etanol 2G
Benefícios-chaveSustentabilidade, renda no campo, descarbonização, bioeconomia
ParceriasSENAI-RJ, EMBRAPII, investidores estratégicos
Cronograma previstoImplantação iniciando em 2026

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Portanto, com essa iniciativa, o Nordeste mostra que inovação e sustentabilidade caminham juntas. Afinal, o projeto da 4WOOD Biotech não apenas inaugura uma era de combustíveis renováveis, mas também projeta um futuro mais próspero, justo e ambientalmente responsável para o Brasil e o mundo.

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Eliseu Lins

Eliseu Lins é baiano de nascimento e paraibano de coração. Jornalista formado na UFPB, tem mais de 20 anos de atuação na imprensa do Nordeste. É pós-graduado em jornalismo cultural e ocupa o cargo de editor-chefe do NE9 desde 2022.