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Economia

Nordeste atrai R$ 12 bilhões em propostas para plano de reindustrialização

A chamada pública lançada no âmbito do programa Nova Indústria Brasil (NIB), que visa fomentar a reindustrialização sustentável do Nordeste, recebeu R$ 12 bilhões em propostas.
Eliseu Lins, da Agência NE9
8 de setembro de 2025 - às 05:44
Atualizado 8 de setembro de 2025 - às 05:44
4 min de leitura

Programa do governo avança na neoindustrialização da região

A chamada pública lançada no âmbito do programa Nova Indústria Brasil (NIB), que visa fomentar a reindustrialização sustentável do Nordeste, recebeu R$ 12 bilhões em propostas. Dessa forma, supera os R$ 10 bilhões inicialmente disponibilizados em crédito pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) até o início desta semana. A princípio, a iniciativa atraiu projetos de todos os estados da região, reforçando seu potencial produtivo e estratégico.

Programas, parceiros e áreas estratégicas

Ao mesmo tempo, a chamada integra uma ação coordenada entre BNDES, Banco do Brasil, Caixa, Banco do Nordeste e Finep, com apoio técnico da Sudene e do Consórcio Nordeste. O foco está em planos de negócios industriais, com aporte mínimo de R$ 10 milhões, nas seguintes áreas-chave:

  • Transição energética (armazenamento)
  • Bioeconomia (fármacos)
  • Hidrogênio verde
  • Data centers verdes
  • Setor automotivo e máquinas agrícolas
  • Tecnologias para agricultura familiar

Crescimento impulsionado por fatores estruturais

O despertar da indústria no Nordeste ocorre em um momento em que o país reforça sua política de reindustrialização, com foco em inovação tecnológica e sustentabilidade. O NIB, parte da estratégia nacional, investe até R$ 300 bilhões até 2026 na modernização do parque industrial e na superação da desindustrialização histórica.

Além disso, dados recentes mostram que o Ceará, por exemplo, registrou um crescimento anual de 5,2% na produção industrial, mais que o dobro da média nacional. Os setores têxtil, metalúrgico, químico e de confecção foram os mais dinâmicos.

NAUGURACAO DA SEGUNDA ETAPA DO GALPAO INDUSTRIAL DE BREJO SANTO; SOP; ENTREGA DA NOVA RODOVIA CE397; FOTOS © NIVIA UCHOA/GOV DO CEARA;
INAUGURACAO DA SEGUNDA ETAPA DO GALPAO INDUSTRIAL DE BREJO SANTO; SOP; ENTREGA DA NOVA RODOVIA CE397; FOTOS © NIVIA UCHOA/GOV DO CEARA;

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Por que o Nordeste avança agora?

1. Incentivo financeiro robusto

O crédito público, articulado pelos maiores bancos de fomento, estimula investimentos significativos, permitindo a estruturação de cadeias produtivas locais e o fortalecimento de arranjos industriais regionais.

2. Diversificação setorial

Os recursos estão sendo concentrados em setores estratégicos de alto valor agregado, da energia limpa à bioeconomia, além de tecnologias digitais — fomentando inovação com impacto social e econômico.

3. Infraestrutura e tradição industrial

Antes de mais nada, o Nordeste já conta com fortes polos industriais:

  • Complexo de Suape (PE)
  • Distritos industriais de Maracanaú (CE) e Campina Grande (PB)
  • Setores têxtil, naval, petroquímico e tecnológico em Salvador, Fortaleza e Recife

4. Coordenação regional ampliada

Da mesma forma, a atuação conjunta do governo federal com instituições como Sudene e Consórcio Nordeste reforça a articulação e adequação das políticas industriais às características locais.

Por que o Nordeste se fortalece industrialmente?

FatorImpacto no desenvolvimento industrial do Nordeste
Crédito direcionadoMais propostas do que recursos disponíveis, sinal de forte demanda regional
Setores estratégicosEnergia, bioeconomia, automotivo, tecnologia e redes verdes
Infraestrutura localPolos existentes como Suape, Maracanaú e Campina Grande viabilizam novos investimentos
Articulação federalIntegração entre bancos públicos, estados e Sudene amplia alcance e impacto

Em suma, o Nordeste está emergindo como um polo de reindustrialização no Brasil, favorecido por políticas públicas ousadas, articulação regional e o engajamento privado para impulsionar setores modernos e sustentáveis. Assim, com o programa Nova Indústria Brasil, a região dá um passo decisivo rumo a um futuro econômico dinâmico, inclusivo e inovador. Desse modo, contribui para transformar o panorama produtivo nacional.

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Eliseu Lins

Eliseu Lins é baiano de nascimento e paraibano de coração. Jornalista formado na UFPB, tem mais de 20 anos de atuação na imprensa do Nordeste. É pós-graduado em jornalismo cultural e ocupa o cargo de editor-chefe do NE9 desde 2022.