Não se pode lavar, hoje, a louça suja de amanhã

Sempre fui uma pessoa privilegiada e, como tal, no lar onde me criei, nunca precisei lavar a louça. Então imagine que, depois de adulta, na minha própria casa, me vi desesperada diante de uma pia que não parava (jamais) de encher. Durante um bom período, no início dessa fase da minha vida, eu me lembro de elaborar muitas estratégias, para que eu pudesse ficar o mínimo de tempo em pé, debruçada sobre pratos, panelas e copos sujos.

O que se lava primeiro? Lavo enquanto cozinho? Lavo assim que terminar de comer? Fosse como fosse, todos os dias, lá estavam as travessas e as cumbucas empilhadas dentro da cuba de alumínio. Mas, sim, claro, essa é uma coluna sobre empreendedorismo. Tenha calma, eu vou chegar lá.

Nos últimos quatro anos, eu ouvi muitos amigos e familiares mencionarem a palavra “ansiedade” com uma frequência aterradora.

Episódios de crises e gatilhos ansiogênicos nos levaram para um terreno de verdadeiras dúvidas sobre nossa capacidade de realização. E é por isso que esse texto convida a todos nós, seres humanos sobrecarregados, a uma reflexão muito simples: não se pode lavar, hoje, os pratos sujos de amanhã. Para hoje, nos basta a louça do dia.

Claro que podemos checar se a conta de água está paga, se tem detergente e bucha no estoque, claro que podemos planejar a hora e a forma de cuidar da pia do dia seguinte. Mas isso é tudo. No mais, coloque as mãos na água e trabalhe por hoje. Dedique o seu melhor àquela que é a sua atividade diária, organize tudo ao final, e saiba encerrar o expediente mental sobre algo que, amanhã, iniciará irremediavelmente um novo ciclo.

Colocar a maior parte da sua concentração e da sua energia na realização da jornada diária é mais suficiente para realizar o que quer que seja. E fazer isso já é bem difícil, na verdade.

Se você quer construir algo realmente bom em 2023, trabalhe um dia de cada vez, todos os dias possíveis, com consistência. E, se você fizer isso por muitos anos, assim como no caso dos pratos (e dos brincos da Soé), ainda terá muito o que fazer, mas a jornada terá sido mensurada por pequenos sucessos diários. É assim que se ganha. Feliz ano novo! – @marialiviacunha é jornalista e uma das criadoras da Soé.

Foto: Freepik

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