O Museu da Cultura Cearense (MCC), equipamento da Secretaria da Cultura do Estado do Ceará (Secult Ceará) que integra o Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura (CDMAC), gerido em parceria com o Instituto Dragão do Mar (IDM), abre, na próxima quinta-feira (30), às 19h, a exposição “Bestiário Nordestino”, com curadoria dos artistas visuais Rafael Limaverde e Marquinhos Abu.
Localizada na sala 2 do Museu, a mostra lança um olhar sobre o universo fantástico, o absurdo e o delirante no imaginário nordestino. A partir do trabalho de 26 artistas do Nordeste, recorte fruto de pesquisa e dos acervos do próprio Bestiário Nordestino, nesta versão da exposição estão inclusas também obras do MCC e do Museu de Arte Contemporânea do Ceará (MAC-CE).
“Na perspectiva de divulgar cada vez mais seus acervos, os museus do Dragão do Mar estão abertos a exercícios curatoriais que façam uso de seus espaços e coleções ampliando nossos olhares”, afirma Valéria Laena, assessora de Museus do Dragão. Acessível, a exposição conta com audiodescrição, intérprete de Libras e Braille ampliado.
A mostra poderá ser visitada até 28 de agosto, de terça a sexta, das 9h às 18h (acesso até 17h30), e aos sábados, domingos e feriados, das 10h às 19h (último acesso 18h30). Alinhado com o último decreto estadual, o acesso às salas expositivas permanece condicionado à apresentação do passaporte vacinal com pelo menos a 2ª dose ou dose única (a depender do imunizante) e do documento de identificação com foto. O uso de máscara é recomendado.
A mostra reúne obras com múltiplas técnicas, entre esculturas, pinturas, gravuras em metal, escultura em barro, xilogravuras e outras, distribuídas em dois espaços. Um deles apresenta o acervo do Bestiário Nordestino resultado da pesquisa-viagem “Oco do Mundo”, composto de obras dos gravadores Abraão Batista (Juazeiro/CE), Adriano Brito (Crato/CE), Amaro Borges (Bezerros/PE), Antônio Cardim (Olinda/PE), Guto Bitu (Crato/CE), Carlos Henrique (Crato/CE), Carlus Campos (Fortaleza/CE), Dila (Caruaru/PE), Francorli (Juazeiro do Norte/CE), Francisco de Almeida (Fortaleza/CE), J. Borges (Bezerros/PE), José Costa Leite (Condado/PB), Lourenço Gouveia (Recife/PE), Maurício Costa (Recife/PE), Nilo (Juazeiro do Norte/CE), Rafael Limaverde (Fortaleza/CE), Stênio Diniz (Juazeiro/CE), Damásio Paulo (Juazeiro/CE), Antônio Lino (Juazeiro/CE), Walderêdo Gonçalves (Juazeiro/CE) e Justino P. Bandeira (Juazeiro/CE).
O segundo espaço traz obras pertencentes aos acervos dos Museus do Dragão, com obras dos artistas Manoel Graciano (Juazeiro do Norte/CE), Maria do Socorro (Juazeiro do Norte/CE), Francisco Delalmeida (Fortaleza/CE), Luís Lemos (Jardim/CE), Luiz Hermano (Fortaleza/CE), Siegbert Frankling (Fortaleza/CE), Sebastião de Paula (Fortaleza/CE) e Hélio Rola (Fortaleza/CE).
Segundo Rafael Limaverde, os trabalhos apresentados lançam luz sobre a natureza secreta da humanidade, o que há de subterrâneo de nossa realidade. De origem desconhecida, esse imaginário remonta de oralidades medievais, indígenas e africanas, raízes da nossa cultura, e reinventadas e ressignificadas no Nordeste, que, então, cria e recria seu próprio bestiário, constrói identidades e encanta até hoje. “O grotesco é um espaço onde se aniquila o ordenamento do universo. Haverá sempre um lugar em nós para uma animalidade particular, para o fantástico, o absurdo, o delirante que desafia o real, perpetuam monstruosidades que permeiam medos e pesadelos”, afirma o curador.