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Como o Minha Casa, Minha Vida vai impulsionar a construção de moradias no Nordeste

O Minha Casa, Minha Vida finalizará 2025 com cerca de 2 milhões de moradias contratadas.
Eliseu Lins, da Agência NE9
9 de dezembro de 2025 - às 06:30
Atualizado 9 de dezembro de 2025 - às 06:30
4 min de leitura
Conjunto Habitacional do Minha Casa, Minha Vida. Fernando Frazão/Agência Brasil
Conjunto Habitacional do Minha Casa, Minha Vida. Fernando Frazão/Agência Brasil

O programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV) vai protagonizar avanços significativos no acesso à moradia popular no Nordeste nos próximos anos. A princípio, a previsão do Governo Federal é financiar 3 milhões de unidades habitacionais até o fim de 2026. Desse modo, mira a manutenção do ritmo acelerado de contratações registrado desde o início da atual gestão.

De acordo com o Ministro das Cidades, Jader Filho, o programa finalizará 2025 com cerca de 2 milhões de moradias contratadas, cenário impulsionado pela retomada econômica no setor da construção civil e pelo aumento da oferta de subsídios para famílias de baixa renda.

Além disso, ele ressalta que o Nordeste continuará sendo prioridade, já que concentra grande demanda habitacional e forte participação nos lançamentos voltados às faixas populares, especialmente nas capitais e regiões metropolitanas.

Programa MInha Casa Minha Vida foto Gov Federal
Programa MInha Casa Minha Vida foto Gov Federal

Segurança financeira e mais acesso no Nordeste

O governo garante que não faltarão recursos para financiamentos e entrega das unidades contratadas. Para 2026, estão previstos:

• R$ 144,5 bilhões do FGTS
• R$ 125 bilhões destinados à habitação popular
• R$ 5,5 bilhões para subsídios da Faixa 1 urbana (em análise no Congresso)
• R$ 17 bilhões do fundo da Caixa Econômica Federal

Jader reforça que empresas e famílias do Nordeste podem confiar no programa:
“As pessoas podem contratar, as construtoras podem acreditar no Minha Casa, Minha Vida. Não haverá soluços”.

Faixas de renda serão atualizadas

Assim, com a revisão prevista para o início de 2026, a Faixa 1 deve contemplar famílias com renda de até dois salários mínimos. Dessa forma, vai ampliar o número de beneficiários que ainda ficam fora do mercado imobiliário tradicional. Em especialmente nos estados nordestinos onde a renda média é mais baixa.

Impacto econômico robusto no setor da construção

Antes de mais nada, o MCMV já mostra forte impacto econômico:

• Setembro e outubro registraram média de 60 mil novos financiamentos mensais
• Em novembro, o número subiu para 80 mil
• Uma a cada três unidades contratadas pertencem à Faixa 1

O ministro aponta que o PIB da construção civil é hoje um dos motores da economia nacional, com grande participação do programa e com forte presença em estados como Bahia, Pernambuco, Ceará e Rio Grande do Norte.

Além da habitação popular, o governo também busca ampliar a oferta para a classe média, com meta de chegar a 10 mil contratações até 2026.

Entregas e calendário eleitoral

A previsão do Ministério das Cidades é que 2026 tenha 60% das entregas concluídas no primeiro semestre, evitando interferências do calendário eleitoral. Já em 2025, o governo quer alcançar o maior número de obras concluídas da atual gestão, prevendo 40 mil unidades entregues até dezembro.

O ciclo médio entre contratação e conclusão permanece entre 18 e 22 meses, o que contribui para manter obras em andamento em todas as regiões.

Com grande número de famílias inscritas em cadastros habitacionais e uma demanda histórica por moradias dignas, o Nordeste deve se beneficiar diretamente desta fase mais robusta do Minha Casa Minha Vida. A aposta do setor é que o programa continue:

• Reduzindo o déficit habitacional
• Impulsionando empregos e renda na construção civil
• Expandindo projetos urbanos e infraestrutura em bairros populares

Portanto, o novo ciclo do Minha Casa, Minha Vida representa uma oportunidade estratégica para reduzir o déficit habitacional no Nordeste. Ao mesmo tempo em que fortalece a economia regional por meio da geração de empregos e da expansão da construção civil. Afinal, com previsões sólidas de financiamento, priorização das famílias de menor renda e revisão das faixas de acesso ao programa, a região tende a receber um volume expressivo de moradias até 2026.

A expectativa é que essa aceleração traga impactos diretos na qualidade de vida, na ocupação urbana e na ampliação de serviços essenciais em diversas cidades nordestinas, consolidando um dos maiores investimentos públicos recentes em habitação popular no país.

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Eliseu Lins

Eliseu Lins é baiano de nascimento e paraibano de coração. Jornalista formado na UFPB, tem mais de 20 anos de atuação na imprensa do Nordeste. É pós-graduado em jornalismo cultural e ocupa o cargo de editor-chefe do NE9 desde 2022.