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Minerais Críticos das “Terras Raras” já movimentam R$ 11 bilhõese no Nordeste

O Nordeste brasileiro alcançou em 2024 a marca de cerca de R$ 11 bilhões em produção de minerais críticos e estratégicos, de acordo com levantamento do Banco do Nordeste (BNB) por meio do seu Escritório ...
Eliseu Lins, da Agência NE9
16 de novembro de 2025 - às 04:22
Atualizado 16 de novembro de 2025 - às 04:22
4 min de leitura

O Nordeste brasileiro alcançou em 2024 a marca de cerca de R$ 11 bilhões em produção de minerais críticos e estratégicos, de acordo com levantamento do Banco do Nordeste (BNB) por meio do seu Escritório Técnico de Estudos Econômicos do Nordeste (ETENE).

A princípio, esses minerais — como níquel, cobre, silício, titânio e vanádio — são essenciais para a produção de baterias de íon-lítio, turbinas eólicas, painéis solares e outros equipamentos de tecnologia de ponta.

O que são minerais críticos?

Os minerais críticos são recursos naturais essenciais para a economia moderna e para tecnologias estratégicas — especialmente as ligadas à transição energética, à indústria eletrônica e à defesa. Eles são considerados “críticos” porque:

  • Alta demanda mundial
  • ⚠️ Risco de escassez ou dependência de importação
  • 🔋 Uso em tecnologias avançadas — como baterias elétricas, turbinas eólicas, painéis solares, chips e satélites

Entre os principais minerais críticos utilizados pela indústria global estão:
lítio, níquel, cobre, grafita, terras raras, cobalto, silício, manganês e tungstênio.

No contexto brasileiro — e especialmente no Nordeste — esses minerais representam uma oportunidade estratégica para geração de riqueza, inovação e protagonismo na economia verde.

Panorama atual

  • Ao mesmo tempo, a produção da indústria extrativa de minerais críticos e estratégicos no Nordeste em 2024 atingiu R$ 11 bilhões.
  • Entre 2019 e 2023 foram investidos aproximadamente R$ 1,8 bilhões em pesquisas de minerais críticos na área de atuação do BNB (Nordeste + Norte de MG/ES).
  • O estudo destaca que a região já participa com parcela relevante da produção nacional, especialmente para minerais como o titânio, vanádio e tungstênio.

Potencial em expansão

Além dos minerais já explorados, o Nordeste possui potencial para a exploração de recursos como terras raras, platina, grafita, manganês e bauxita — insumos cada vez mais valorizados em cadeias de tecnologia limpa e mobilidade elétrica.

O que a região tem de vantagem

  1. Geologia favorável: grandes jazidas no semiárido e rompimento recente de barreiras de pesquisa local abrem oportunidades.
  2. Demanda global crescente: o uso de minerais críticos cresce com a transição energética. Por exemplo, o consumo de lítio subiu quase 30% em 2024 e o de níquel, grafita e terras raras entre 6% a 8%.
  3. Infraestrutura em fortalecimento: portos, rodovias e polos industriais no Nordeste estão sendo modernizados para atendimento à mineração.

Desafios a superar

Apesar do forte potencial, alguns obstáculos ainda limitam a trajetória:

  • Licenciamento ambiental e adequação regulatória persistem como gargalos.
  • Necessidade de maior valor agregado localmente — muitos recursos são exportados sem beneficiamento.
  • Infraestrutura logística em algumas regiões ainda precária, o que eleva custos de produção.

Impacto para a economia nordestina

Assim, a ampliação da produção e pesquisa em minerais críticos pode gerar:

  • Mais empregos qualificados na mineração, beneficiamento e tecnologia
  • Maior arrecadação estadual e fortalecimento de cadeias produtivas locais
  • Desenvolvimento regional do semiárido, criando alternativas econômicas além da agricultura tradicional
  • Posicionamento global da região como fornecedora de insumos vitais para a tecnologia e transição energética

Panorama para os próximos anos

Em suma, se bem aproveitado, o Nordeste pode evoluir de mero provedor de matéria-prima para hub tecnológico e industrial integrado. Desse modo, a junção entre recursos minerais estratégicos, investimento em pesquisa e desenvolvimento local e políticas públicas adequadas cria uma rota de crescimento sustentável e de alto valor agregado.

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Eliseu Lins

Eliseu Lins é baiano de nascimento e paraibano de coração. Jornalista formado na UFPB, tem mais de 20 anos de atuação na imprensa do Nordeste. É pós-graduado em jornalismo cultural e ocupa o cargo de editor-chefe do NE9 desde 2022.