O setor de sucos e derivados de laranja em Sergipe vive um novo momento de expansão. Após uma das maiores safras das últimas décadas, as indústrias Maratá Sucos e Tropfruit, localizadas no município de Estância, anunciaram novos investimentos para atender à crescente demanda da próxima safra, que também envolve produtores da Bahia.
A visita técnica foi realizada pelo Sistema Faese/Senar, que acompanha de perto o desempenho da citricultura sergipana e busca alinhar estratégias entre produtores e indústrias para garantir o escoamento e a valorização da produção.
O Grupo Maratá anunciou um plano de ampliação de 20% na capacidade industrial, com a instalação de cinco novas extratoras, que devem entrar em operação até março de 2026. Com isso, a empresa passará a contar com 25 máquinas e poderá processar 1.100 toneladas de laranja por dia.

Maratá Sucos amplia capacidade de produção
Segundo a diretoria, o aumento da produção é resposta à supersafra de 2025, quando a unidade chegou a receber até 200 caminhões por dia. Para sustentar o crescimento, a empresa também investiu em oito novos tanques refrigerados, cada um com capacidade para mil toneladas, além de ampliar os espaços de armazenamento no Brasil e na Europa.
“O foco é garantir eficiência, qualidade e segurança no escoamento internacional da produção”, destacou Carol Vieira, diretora da Maratá.
Tropfruit expande operações e anuncia nova fábrica na Bahia
Com 25 anos de atuação, a Tropfruit também anunciou um plano robusto de expansão. A empresa, que exporta para 32 países e tem o suco de laranja como principal produto, construirá uma nova fábrica em Inhambupe (BA), dentro da própria fazenda do grupo.
O projeto deve começar a operar em 2027, com 20 extratoras iniciais, podendo chegar a 36 unidades. Em Estância, a Tropfruit amplia sua estrutura com novos tanques de refrigeração e tecnologia de ultrafiltração, que melhora o rendimento e a qualidade do suco.
Além disso, quatro novas extratoras entram em operação em janeiro de 2026, reforçando a capacidade produtiva. A empresa também aposta na diversificação de produtos, como sucos de maracujá, caju e abacaxi, além do óleo essencial de laranja (d-limoneno), usado pelas indústrias alimentícia e cosmética.
Cenário e perspectivas para o setor
De acordo com a economista da Faese, Paloma Gois, os investimentos da Maratá e da Tropfruit demonstram a força da cadeia citrícola sergipana, que segue firme mesmo diante de desafios como os altos custos logísticos e a queda no consumo interno de sucos.
Para o presidente do Sistema Faese/Senar, Gustavo Dias, a união entre produtores e indústrias é o grande diferencial do estado:
“Sergipe se consolida como um dos principais polos citrícolas do Brasil. O setor mostra maturidade, tecnologia e sustentabilidade, gerando emprego e renda no campo.”
Com o avanço das áreas cultivadas e o uso crescente de manejo técnico e genética melhorada, o Nordeste se destaca nacionalmente, mostrando que o segmento pode continuar crescendo de forma sustentável e competitiva nos próximos anos.
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