Início » Economia » Indústrias de Sergipe ampliam investimentos para nova safra de laranja

Economia

Indústrias de Sergipe ampliam investimentos para nova safra de laranja

O setor de sucos e derivados de laranja em Sergipe vive um novo momento de expansão. Após uma das maiores safras das últimas décadas, as indústrias Maratá Sucos e Tropfruit, localizadas no município de Estância, ...
Eliseu Lins, da Agência NE9
22 de outubro de 2025 - às 13:17
Atualizado 22 de outubro de 2025 - às 13:17
3 min de leitura

O setor de sucos e derivados de laranja em Sergipe vive um novo momento de expansão. Após uma das maiores safras das últimas décadas, as indústrias Maratá Sucos e Tropfruit, localizadas no município de Estância, anunciaram novos investimentos para atender à crescente demanda da próxima safra, que também envolve produtores da Bahia.

A visita técnica foi realizada pelo Sistema Faese/Senar, que acompanha de perto o desempenho da citricultura sergipana e busca alinhar estratégias entre produtores e indústrias para garantir o escoamento e a valorização da produção.

O Grupo Maratá anunciou um plano de ampliação de 20% na capacidade industrial, com a instalação de cinco novas extratoras, que devem entrar em operação até março de 2026. Com isso, a empresa passará a contar com 25 máquinas e poderá processar 1.100 toneladas de laranja por dia.

Laranja em Sergipe_Itaporanga d’Ajuda FOTO divulgação

Maratá Sucos amplia capacidade de produção

Segundo a diretoria, o aumento da produção é resposta à supersafra de 2025, quando a unidade chegou a receber até 200 caminhões por dia. Para sustentar o crescimento, a empresa também investiu em oito novos tanques refrigerados, cada um com capacidade para mil toneladas, além de ampliar os espaços de armazenamento no Brasil e na Europa.

“O foco é garantir eficiência, qualidade e segurança no escoamento internacional da produção”, destacou Carol Vieira, diretora da Maratá.

Tropfruit expande operações e anuncia nova fábrica na Bahia

Com 25 anos de atuação, a Tropfruit também anunciou um plano robusto de expansão. A empresa, que exporta para 32 países e tem o suco de laranja como principal produto, construirá uma nova fábrica em Inhambupe (BA), dentro da própria fazenda do grupo.

O projeto deve começar a operar em 2027, com 20 extratoras iniciais, podendo chegar a 36 unidades. Em Estância, a Tropfruit amplia sua estrutura com novos tanques de refrigeração e tecnologia de ultrafiltração, que melhora o rendimento e a qualidade do suco.

Além disso, quatro novas extratoras entram em operação em janeiro de 2026, reforçando a capacidade produtiva. A empresa também aposta na diversificação de produtos, como sucos de maracujá, caju e abacaxi, além do óleo essencial de laranja (d-limoneno), usado pelas indústrias alimentícia e cosmética.

Cenário e perspectivas para o setor

De acordo com a economista da Faese, Paloma Gois, os investimentos da Maratá e da Tropfruit demonstram a força da cadeia citrícola sergipana, que segue firme mesmo diante de desafios como os altos custos logísticos e a queda no consumo interno de sucos.

Para o presidente do Sistema Faese/Senar, Gustavo Dias, a união entre produtores e indústrias é o grande diferencial do estado:

“Sergipe se consolida como um dos principais polos citrícolas do Brasil. O setor mostra maturidade, tecnologia e sustentabilidade, gerando emprego e renda no campo.”

Com o avanço das áreas cultivadas e o uso crescente de manejo técnico e genética melhorada, o Nordeste se destaca nacionalmente, mostrando que o segmento pode continuar crescendo de forma sustentável e competitiva nos próximos anos.

LEIA MAIS

Eliseu Lins

Eliseu Lins é baiano de nascimento e paraibano de coração. Jornalista formado na UFPB, tem mais de 20 anos de atuação na imprensa do Nordeste. É pós-graduado em jornalismo cultural e ocupa o cargo de editor-chefe do NE9 desde 2022.