O governo brasileiro está em processo de planejamento para emitir títulos verdes, com a meta de captar US$ 2 bilhões, aproximadamente R$ 10 bilhões na cotação atual, na Bolsa de Nova York. O Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, ressaltou que o valor ainda está sujeito a definição pelo Tesouro Nacional, dependendo do interesse despertado nos investidores estrangeiros. A finalidade é destinar esses recursos para o financiamento de projetos ambientalmente sustentáveis.
Haddad encontra-se em Nova York acompanhando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que participa da 78ª Assembleia Geral das Nações Unidas. Durante a visita, Lula e membros do governo têm se reunido com empresários e autoridades norte-americanas, buscando atrair investimento estrangeiro para projetos sustentáveis. Haddad informou que concluiu um road show, participando de 36 eventos distintos.
Quanto ao montante dos títulos verdes, estimado em R$ 10 bilhões, segundo a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, Haddad enfatizou que este é apenas o “início de um processo”. Ele ressaltou a capacidade do Brasil de captar recursos no exterior, dada a sua matriz energética altamente eficiente e sustentável.
Haddad acrescentou que a produção de energia limpa tem potencial para ser exportada como hidrogênio verde, mas a prioridade será utilizá-la internamente para impulsionar a indústria e agregar valor aos produtos, contribuindo para a neoindustrialização do país.
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O QUE SÃO TÍTULOS VERDES?
Títulos verdes, também conhecidos como “green bonds” em inglês, são instrumentos financeiros emitidos por entidades, sejam governos, empresas ou organizações, com o propósito específico de financiar projetos ou atividades que tenham um impacto positivo no meio ambiente. Esses projetos devem estar alinhados com critérios de sustentabilidade e contribuir para a mitigação de problemas ambientais.
Os títulos verdes são uma forma de canalizar recursos financeiros para iniciativas que promovem a sustentabilidade, ao mesmo tempo em que oferecem aos investidores a oportunidade de apoiar e se beneficiar desses projetos. É importante que a alocação dos recursos provenientes dos títulos seja transparente e destinada exclusivamente aos projetos ambientalmente sustentáveis, conforme prometido na emissão dos títulos.
Os títulos verdes podem ser emitidos para financiar uma ampla gama de iniciativas sustentáveis, como:
• Energias Renováveis: Financiamento de projetos que envolvem a geração de energia a partir de fontes renováveis, como solar, eólica, hidrelétrica de pequena escala, entre outras.
• Eficiência Energética: Projetos que visam a redução do consumo de energia em edifícios, indústrias e infraestrutura, através da implementação de tecnologias mais eficientes.
• Transporte Sustentável: Iniciativas relacionadas a meios de transporte com menor impacto ambiental, como veículos elétricos, transporte público eficiente e infraestrutura cicloviária.
• Gestão de Resíduos: Projetos que promovem a reciclagem, a redução de resíduos e a gestão sustentável de lixo.
• Conservação da Natureza: Iniciativas voltadas para a preservação e restauração de ecossistemas, como reflorestamento e proteção de áreas naturais.
• Construções Sustentáveis: Financiamento de construções que seguem padrões de eficiência energética e utilização de materiais sustentáveis.
• Proteção da Água: Projetos voltados para a preservação e manejo sustentável dos recursos hídricos.
• Agricultura Sustentável: Iniciativas que promovem práticas agrícolas responsáveis e sustentáveis.
• Outros Projetos Sustentáveis: Qualquer projeto que contribua positivamente para a proteção e preservação do meio ambiente.
REDAÇÃO com Agência Brasil