O Governo de Pernambuco está planejando adquirir energia do mercado livre, o que resultará em uma economia de aproximadamente 26% na conta de energia. A mudança envolve a transição do Ambiente de Contratação Regulada (ACR) para o Ambiente de Contratação Livre (ACL) para a aquisição de energia destinada aos prédios públicos. Com essa transição, o governo deixará de depender de uma única distribuidora, como a Neoenergia Pernambuco, e passará a ter a liberdade de escolher o fornecedor com preços mais baixos. A expectativa é de uma economia significativa para a administração estadual.
No Ambiente de Contratação Regulada, o consumidor é responsável por arcar com todos os subsídios e outras despesas, incluindo possíveis erros de planejamento. Nesse ambiente, o fornecimento de energia é exclusivamente feito pela distribuidora local, e as tarifas são regulamentadas pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), o que impede a negociação dos custos.
Por outro lado, no Ambiente de Contratação Livre, as empresas vendem energia a preços mais próximos do custo de produção, muitas vezes proveniente de fontes mais baratas, como energia eólica e solar, em comparação às térmicas que abastecem o ambiente de contratação regulado. Isso é especialmente benéfico quando o preço da energia está elevado devido a circunstâncias como a escassez de água nos reservatórios das principais hidrelétricas do país.
Além disso, o governo de Pernambuco também planeja se tornar um produtor de energia em larga escala, através da construção de uma usina de energia solar no município de Salgueiro, a partir de agosto. Essa iniciativa faz parte de uma Parceria Público-Privada (PPP) estabelecida entre o Governo de Pernambuco e a empresa Enerfín do Brasil, que venceu a licitação internacional. A Secretaria de Planejamento, Gestão e Desenvolvimento Regional (Seplag), juntamente com as Secretarias de Administração, Desenvolvimento Econômico e Desenvolvimento Urbano e Habitação, está coordenando o empreendimento. O processo de transição para o mercado livre é conduzido pela Secretaria de Administração (SAD), com apoio da Secretaria de Projetos Estratégicos.
A migração para o Ambiente de Contratação Livre abrangerá o consumo de 14 unidades consumidoras das Secretarias de Saúde e de Ressocialização, incluindo hospitais como o Regional do Agreste, da Restauração e o Hospital Dom Malan, além do Presídio de Itaquitinga e a Penitenciária Agro-Industrial São João. Além desses, outras 38 unidades também serão beneficiadas com essa mudança. Os critérios utilizados para a seleção desses prédios públicos incluem uma demanda contratada a partir de 500 kW, abrangência em todo o território do estado, entre outros requisitos. Quando concluída, a usina de energia solar em Salgueiro fornecerá energia para a Administração Estadual durante 28 anos. Ao final desse período, ela será incorporada ao patrimônio público.
O estado de Pernambuco tem se comprometido com a sustentabilidade. De acordo com a secretária de Administração, Ana Maraíza de Sousa Silva, a migração para o mercado livre antes da conclusão da usina trará benefícios econômicos e ambientais, buscando melhorias para a gestão estadual e para toda a sociedade. A energia consumida também será proveniente de fontes limpas, como energia eólica e solar.
Segundo o gerente de Eficiência Energética da SAD, Otávio Malheiros, a gestão dos recursos energéticos é um dos desafios mais importantes da sociedade contemporânea em nível mundial. A transição para o mercado livre representa uma inovação na gestão energética, destacou ele.
A usina fotovoltaica em Salgueiro funcionará devido ao alto índice de irradiação solar na região e toda a energia produzida será direcionada para a rede elétrica, abastecendo 52 unidades consumidoras em todo o território estadual.
REDAÇÃO COM MOVIMENTO ECONOMÍCO
