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Geoparque Seridó busca revalidação da Unesco

convênio com o Consórcio Público Intermunicipal Geoparque Seridó (CPIGS) visa para fortalecer a consolidação do território como Geoparque Mundial da UNESCO e garantir a revalidação da chancela internacional.
Eliseu Lins, da Agência NE9
26 de agosto de 2025 - às 08:52
Atualizado 26 de agosto de 2025 - às 08:52
4 min de leitura

O Governo do Rio Grande do Norte firmou convênio com o Consórcio Público Intermunicipal Geoparque Seridó (CPIGS) para fortalecer a consolidação do território como Geoparque Mundial da Unesco e garantir a revalidação da chancela internacional. A princípio, o acordo prevê ações de promoção, capacitação e infraestrutura, além de ampliar a divulgação do destino em nível nacional e internacional.

pedras de geoparque
GEOPARQUE SERIDO RN foto divulgação

Ao mesmo tempo, a iniciativa posiciona o Geoparque Seridó, que abrange seis municípios do Seridó potiguar, como um dos principais produtos de turismo sustentável do estado, aliado à preservação ambiental, valorização cultural e geração de oportunidades econômicas.

Entenda o que é o GEOPARQUE DO SERIDÓ

Por que a chancela da UNESCO é importante?

O título de Geoparque Mundial da Unesco garante reconhecimento internacional a territórios com relevância geológica, cultural e ambiental. Além de valorizar o patrimônio natural, a chancela:

  • Fortalece o turismo sustentável, atraindo visitantes interessados em geoturismo, cultura e ciência.
  • Gera oportunidades econômicas para comunidades locais, como hotelaria, gastronomia, artesanato e guias especializados.
  • Promove a conservação ambiental, alinhando exploração turística com preservação da biodiversidade.
  • Dá visibilidade internacional, incluindo o destino em redes globais de pesquisa, inovação e cooperação.

Atualmente, existem 177 geoparques reconhecidos pela UNESCO em 46 países. No Brasil, além do Seridó, apenas o Geoparque Araripe (CE) e o Geoparque Caminhos dos Cânions do Sul (RS/SC) possuem o título.

Passo a passo para se tornar Patrimônio Mundial da UNESCO

O processo de reconhecimento pela Unesco segue critérios técnicos e exige articulação entre poder público, sociedade civil e comunidade científica. Desse modo, entre as etapas estão:

  1. Identificação e candidatura – O território deve comprovar relevância geológica, natural e cultural.
  2. Elaboração do dossiê – Inclui estudos técnicos, inventário do patrimônio, plano de gestão sustentável e envolvimento das comunidades.
  3. Avaliação internacional – Especialistas da UNESCO visitam a região para verificar autenticidade, conservação e potencial turístico.
  4. Concessão do título – Após aprovação, o território passa a integrar a Rede Global de Geoparques.
  5. Revalidação periódica – A cada quatro anos, a UNESCO revisa o desempenho do geoparque para confirmar a manutenção da chancela.

Geoparque Seridó: patrimônio vivo do semiárido

Com mais de 2.800 km² de área, o Geoparque Seridó abrange os municípios de Acari, Carnaúba dos Dantas, Cerro Corá, Currais Novos, Lagoa Nova e Parelhas, reunindo belezas naturais e referências culturais. Entre os atrativos estão o Cânion dos Apertados, a Mina Brejuí, o Monte do Galo, além de açudes e formações rochosas únicas do bioma caatinga.

Em suma, a região guarda ainda comunidades quilombolas, patrimônios religiosos e importantes reservas minerais, como a scheelita, destacando-se como exemplo de convivência entre ciência, cultura, economia e sustentabilidade.

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Próximos passos

Portanto, com o novo convênio, o Geoparque Seridó reforça sua presença em eventos estratégicos, como o Salão do Turismo 2025 (São Paulo) e a 11ª Conferência Internacional de Geoparques Mundiais da UNESCO (Chile), ampliando a visibilidade do destino e consolidando sua posição no turismo global.

“Queremos que o Seridó seja referência em turismo sustentável, gerando oportunidades para a população e fortalecendo a economia local”, destacou a governadora Fátima Bezerra.

Assim, o Rio Grande do Norte avança no processo de interiorização do turismo e projeta o Seridó como destino estratégico no mapa mundial da sustentabilidade e da inovação turística.

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Eliseu Lins

Eliseu Lins é baiano de nascimento e paraibano de coração. Jornalista formado na UFPB, tem mais de 20 anos de atuação na imprensa do Nordeste. É pós-graduado em jornalismo cultural e ocupa o cargo de editor-chefe do NE9 desde 2022.