O Nordeste brasileiro mais uma vez mostrou sua força no agronegócio ao liderar as exportações de frutas do país no primeiro trimestre de 2025. Dados divulgados pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) revelam que os estados do Rio Grande do Norte, Ceará e Pernambuco ficaram entre os maiores exportadores de frutas do Brasil, ao lado de São Paulo. Juntas, essas regiões contribuíram significativamente para o crescimento de 26% no volume total exportado, em relação ao mesmo período de 2024.
Segundo o 4º Boletim Prohort, foram exportadas 301 mil toneladas de frutas, o que gerou um faturamento de US$ 311 milhões, alta de 7% em relação ao ano anterior. Os principais destinos das frutas brasileiras foram os Países Baixos, Reino Unido e Espanha. Entre os produtos com maior destaque estão melões, melancias, limões, limas, mangas e bananas, com destaque especial para as minimelancias potiguares e os melões cearenses, que continuam sendo campeões de vendas no exterior.
Banana dispara exportações em 131%
Algumas frutas apresentaram aumentos expressivos nas exportações. A banana, por exemplo, teve um crescimento de impressionantes 131,2% no volume exportado, totalizando 15,7 mil toneladas no trimestre. Já a melancia teve um aumento de 90% no volume e 91% na receita, atingindo 53 mil toneladas exportadas e US$ 32,1 milhões em faturamento. A maçã, principalmente as miúdas, muito procuradas por países asiáticos, também surpreendeu, com um crescimento de 85,6% no volume e 93,6% no valor comercializado.

Confira os principais dados no resumo abaixo:
Fruta | Volume Exportado (t) | Variação (%) Volume | Faturamento (US$ mi) | Variação (%) Faturamento |
---|---|---|---|---|
Banana | 15.700 | +131,2% | — | — |
Melancia | 53.000 | +90% | 32,1 | +91% |
Maçã | 2.570 | +85,6% | 2,8 | +93,6% |
Mamão | 13.360 | +28,2% | 17,1 | +31% |
Apesar do cenário positivo, a Conab alerta que a tendência para os próximos meses é de uma leve redução no volume de exportações. A menor produção no cinturão citrícola e a demanda mais fraca na Europa e nos EUA podem impactar os embarques. Ainda assim, há perspectivas favoráveis para os produtores brasileiros, especialmente caso os EUA mantenham tarifas altas sobre o suco de laranja mexicano. Isso abriria uma nova janela de oportunidade para o Brasil no mercado norte-americano.
Em suma, o desempenho das frutas nordestinas reforça a importância da diversificação agrícola e da inserção internacional como estratégia de desenvolvimento econômico regional. E mostra que, com qualidade, variedade e logística eficiente, o Brasil – e principalmente o Nordeste – pode conquistar cada vez mais espaço nas mesas do mundo.