O Carnaval de Olinda, conhecido por suas ladeiras repletas de cores, frevo e tradição, ganhou um novo personagem ilustre para seu desfile de 2025: a atriz e escritora Fernanda Torres. Consagrada como uma das grandes artistas brasileiras, Fernanda foi homenageada com um boneco gigante, tornando-se parte do seleto grupo de personalidades eternizadas na festa mais tradicional de Pernambuco.
Marco histórico para o cinema brasileiro
A homenagem acontece no momento em que a atriz esteve em grande evidência internacional. Na noite anterior, Fernanda concorreu ao Oscar de Melhor Atriz pelo filme Ainda Estou Aqui, mas acabou não levando a estatueta. Apesar disso, sua performance foi amplamente elogiada pela crítica, e sua nomeação já representou um marco histórico para o cinema brasileiro.
O boneco de Fernanda Torres traz seu rosto expressivo e irreverente, uma marca registrada de sua carreira no cinema, teatro e televisão. A homenagem reflete não apenas sua contribuição para a cultura brasileira, mas também sua forte conexão com o Nordeste, região que já serviu de cenário e inspiração para muitos de seus trabalhos.
A atriz, conhecida por papéis icônicos como Vani, da série Os Normais, e sua atuação premiada no filme Eu Sei que Vou Te Amar, recebeu com entusiasmo a homenagem. “É uma honra me ver representada nesse símbolo tão forte do Carnaval de Olinda. Sempre admirei a cultura popular nordestina, e essa homenagem me emociona profundamente”, disse Fernanda.
O histórico do Bloco dos Bonecos de Olinda

Os bonecos gigantes de Olinda são uma das atrações mais emblemáticas do Carnaval pernambucano. Inspirados nos Gigantones portugueses, essas figuras gigantes desfilaram pela primeira vez na década de 1930, com o famoso boneco Zé Pereira, criado pelo artista plástico Gumercindo Pires.
Desde então, a tradição cresceu e, hoje, centenas de bonecos desfilam pelas ruas da cidade, representando personagens históricos, políticos, artistas e figuras folclóricas.
A tradição dos bonecos gigantes no Carnaval de Olinda não surgiu por acaso. Com quase 90 anos de história, esses personagens icônicos começaram a desfilar pelas ladeiras da cidade em 1932, quando o Homem da Meia-Noite fez sua estreia na folia, conquistando o público e tornando-se uma presença obrigatória na festa.
No entanto, a história dos bonecos carnavalescos em Pernambuco remonta a um período ainda anterior. Em 1919, na cidade de Belém de São Francisco, um jovem artesão, inspirado pelos relatos de um padre belga sobre figuras gigantes na Europa, decidiu criar sua própria versão.
Assim nasceu o Zé Pereira, o primeiro boneco gigante do Carnaval brasileiro, dando início a uma tradição que, anos mais tarde, encontraria em Olinda o seu maior palco.
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A Evolução dos Bonecos Gigantes
Ao longo das décadas, os bonecos se tornaram cada vez mais sofisticados, com expressões detalhadas, roupas elaboradas e um protagonismo incontestável nos desfiles. Olinda fez dessa manifestação cultural um símbolo do seu Carnaval, tendo o Homem da Meia-Noite como a figura mais emblemática.
O Bloco dos Bonecos de Olinda surgiu como um coletivo responsável por organizar e preservar essa tradição. Ele mantém uma oficina dedicada à confecção das peças, garantindo que novas personalidades sejam adicionadas à festa ano após ano.
Algumas das figuras mais famosas que já se tornaram bonecos gigantes incluem Luiz Gonzaga, Alceu Valença, Chico Science. Até nomes internacionais como Michael Jackson e Barack Obama também já tiveram seu nome marcado na folia momesca pernambucana.
Assim, com a inclusão de Fernanda Torres na galeria de homenageados, Olinda reafirma seu compromisso com a valorização da cultura e das artes brasileiras, celebrando figuras que marcaram gerações. E assim, nas ladeiras do Sítio Histórico, entre frevo, maracatu e alegria, mais um ícone ganha vida no Carnaval mais democrático e vibrante do Brasil.
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