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Estudo revela que receita com turismo doméstico dispara quase 12% no Brasil

O brasileiro manteve o espírito viajante em 2024, mas com um novo hábito: priorizou a qualidade ou simplesmente sentiu no bolso o peso da economia. Dados da Pnad Contínua – Turismo, divulgada pelo IBGE nesta quinta-feira ...
Redação, da Agência NE9
2 de outubro de 2025 - às 11:20
Atualizado 2 de outubro de 2025 - às 11:20
3 min de leitura
turistas nas escadaria do senhor do bonfim
Crescimento do turismo baiano volta a superar média nacional, segundo IBGE Foto SeturBA

O brasileiro manteve o espírito viajante em 2024, mas com um novo hábito: priorizou a qualidade ou simplesmente sentiu no bolso o peso da economia. Dados da Pnad Contínua – Turismo, divulgada pelo IBGE nesta quinta-feira (2), revelam um cenário intrigante: um leve recuo no número total de viagens, mas um aumento significativo nas receitas.

Em 2024, foram realizadas 20,6 milhões de viagens com pernoite no país, uma redução de apenas 0,1% em relação a 2023. No entanto, o total de recursos movimentados pelo turismo doméstico disparou para R$ 22,8 bilhões, um salto de 11,7% em apenas um ano. O que isso significa? Quem viajou, gastou mais. O gasto médio por viagem subiu de R$ 1.706 para R$ 1.843.

O Retrato do Turismo Brasileiro em 2024

A tabela abaixo resume os principais números da pesquisa, facilitando a comparação com o ano anterior:

Indicador20232024Variação
Total de Viagens20,6 milhões20,6 milhões-0,1%
Gasto TotalR$ 20,4 bilhõesR$ 22,8 bilhões+11,7%
Gasto Médio por ViagemR$ 1.706R$ 1.843+8,0%
Domicílios com Viajantes19,8%19,3%-0,5 p.p.

A Barreira Financeira e o Perfil do Viajante

A pesquisa deixa claro que a renda familiar ainda é o maior determinante para quem pode ou não explorar o país. Enquanto em 45,7% dos lares com renda per capita acima de quatro salários mínimos alguém fez uma viagem, esse número despenca para apenas 10,4% nas famílias com renda inferior a meio salário mínimo.

Não é surpresa, então, que a “falta de dinheiro” tenha sido o motivo principal para não viajar, citado por 39,2% dos domicílios. Outras razões foram a falta de tempo (19,1%) e a simples falta de necessidade ou interesse (18,4%).

Resort no litoral do Nordeste. foto_ Eliseu Lins

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Lazer e Praia: Os Motores do Turismo Nacional

Quando o assunto é o propósito da viagem, o lazer continua reinando absoluto:

  • Viagens Particulares: 17,6 milhões (85,4% do total)
  • Viagens Profissionais: 3,0 milhões (14,6% do total)

Dentre as viagens de lazer, visitar familiares ou amigos (32,2%) continua sendo uma forte motivação, mas é a busca por sol e praia que lidera com folga, respondendo por 44,6% de todas as viagens feitas por diversão.

Quase a totalidade das viagens (96,7%) teve como destino outro ponto do território nacional, confirmando a força do turismo doméstico para a economia do país.

Os dados de 2024 pintam um retrato de um turista mais seletivo. O brasileiro não abriu mão de viajar, mas pode ter reduzido a frequência para investir em experiências mais qualificadas ou, simplesmente, precisou desembolsar mais para custear seus roteiros, refletindo o cenário econômico do período. Seja como for, o setor turístico movimentou bilhões, mostrando sua resiliência e importância para o Brasil.

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