O coco verde é uma fruta refrescante e que tem a cara do verão. Transportado pelos portugueses em 1500, a Bahia foi o primeiro território a receber o fruto, que também ficou conhecido como coco-da-baía. Muito comum no litoral brasileiro, as pessoas consomem a água, que é rica em vitaminas e minerais, e a polpa, descartando o que sobra. Após observar a quantidade de resíduos, as alunas do Colégio Estadual Mestre Môa do Katendê, Sandiele de Jesus e Leticia Souza, orientadas por Rosa Virgínia, criaram o vaso para plantas utilizando a fibra do coco verde.
A ideia surgiu após Sandiele observar as sobras do fruto no comércio onde seu pai comercializa o coco. “Meu pai tem um pequeno comércio onde vende coco verde e tudo começou quando me senti incomodada com a quantidade de cascas jogadas fora diariamente, o que fazia um acúmulo na lixeira e não tinha fim útil. Então, falei com a professora e chegamos à ideia de criar vasos. A partir disso começamos a desenvolver o projeto”, diz Sandiele de Jesus.
O primeiro passo para desenvolver o produto é macerar as cascas com um martelo e colocar de molho na água. A segunda fase é separar a fibra úmida do tanino, que é a própria cola do coco que une as fibras, e deixar espalhada para secar. Após isso, é preciso fabricar uma cola sustentável usando polvilho, vinagre, água e aquecer no fogo para dar liga. A cola desenvolvida é combinada com as fibras secas e se transforma em uma massa. Essa mistura é aberta com rolo de macarrão e colocada em moldes de vasos para secar durante duas semanas.
Para Letícia Souza, o produto tem um grande custo-benefício, já que seu material principal é a casca do coco, que ia para o lixo. A mercadoria ainda ajuda a diminuir o uso de vaso de plástico, que demora anos para se decompor na natureza. “Os vasos de fibra podem substituir os vasos plásticos. O produto é mais acessível ao consumidor tanto no preço como na aparência, já que eles podem ser personalizados e o valor de produção é baixo”.
O projeto, que faz parte do Programa Ciência na Escola, da Secretaria de Educação, e participou da 10ª Feira de Ciências, Empreendedorismo e Inovação da Bahia (Feciba), é desenvolvido de forma sustentável e o produto é biodegradável. “A nossa intenção é acabar com a grande quantidade de cascas de coco jogadas fora diariamente sem um fim útil. E, claro, diminuir os resíduos sólidos produzidos pelo descarte inadequado da casca do coco verde, que é consumido em grande escala na Bahia”, ressalta Sandiele.
Bahia Faz Ciência
A Secretaria Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti) e a Fundação de Amparo à Pesquisa da Bahia (Fapesb) estrearam no Dia Nacional da Ciência e do Pesquisador Científico, 8 de julho de 2019, uma série de reportagens sobre como pesquisadores e cientistas baianos desenvolvem trabalhos em ciência, tecnologia e inovação de forma a contribuir com a melhoria de vida da população em temas importantes como saúde, educação, segurança, dentre outros. As matérias são divulgadas semanalmente, sempre às segundas-feiras, para a mídia baiana, e estão disponíveis no site e redes sociais da Secretaria e da Fundação. Se você conhece algum assunto que poderia virar pauta deste projeto, as recomendações podem ser feitas através do e-mail [email protected].
Fonte: Ascom/Secti