O Rio Grande do Norte se tornou o pioneiro no Brasil ao adotar o hidrogênio verde como combustível na indústria de cimento, substituindo derivados de petróleo. Essa inovação resulta de uma colaboração entre o Governo do Estado, a CPFL Energia, parte do Grupo chinês State Grid, e a Mizu Cimentos, que possui a fábrica de cimento mais avançada do país, localizada em Baraúna, no oeste do estado, a 317 quilômetros de Natal.
Formalização de contrato
Na quinta-feira (22), em Natal, a governadora Fátima Bezerra, o CEO da CPFL Energia, Gustavo Estrela, e o CEO da Mizu, Roberto de Oliveira, formalizaram o contrato para a produção e consumo de hidrogênio verde. Também participaram da assinatura o secretário de Desenvolvimento Econômico do RN, Sílvio Torquato, e o secretário adjunto, Hugo Fonseca.
“Estamos inaugurando uma nova era para o Rio Grande do Norte e para o Nordeste. Este contrato é um marco na industrialização sustentável da nossa região e na reindustrialização do Brasil. Fortalece setores econômicos estratégicos e reafirma o RN como referência em energias renováveis e na descarbonização do planeta,” destacou a governadora Fátima Bezerra.
Cooperação contínua
Ela também ressaltou a importância da parceria entre o setor público e privado. “Hoje consolidamos uma cooperação que nasceu de um memorando de intenções assinado no ano passado, promovendo desenvolvimento com sustentabilidade e diálogo com as comunidades. Em Baraúna, a Mizu emprega diretamente 370 pessoas e gera 1.500 empregos indiretos. A CPFL Energia, terceiro maior produtor de energia do nosso estado, instalou um sistema de abastecimento de água com dessalinizador que atende 3 mil pessoas na comunidade do Amarelão, em João Câmara.”
A planta de produção de hidrogênio verde que atenderá a fábrica da Mizu terá capacidade de 1 megawatt, produzindo 250 toneladas de combustível por ano. Gustavo Estrella, CEO da CPFL, afirmou: “Identificamos a indústria do cimento como estratégica e, com o apoio do Governo do Estado, estamos investindo R$ 43 milhões em uma planta de hidrogênio.” Bruno Monte, Diretor de Estratégia e Inovação da CPFL, considerou o contrato um avanço significativo na transição energética. A planta-piloto está prevista para entrar em operação até 2027.
Para Hugo Fonseca, secretário adjunto de Desenvolvimento Econômico do RN, este contrato reforça os laços comerciais e demonstra como o setor público e privado podem impulsionar o desenvolvimento sustentável e o crescimento econômico. “Com o potencial que temos, o Rio Grande do Norte está preparado para liderar a produção de hidrogênio verde no Brasil, servindo de modelo para o país.”
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Relação Brasil e China
Lan Heping, Cônsul geral da China em Recife, parabenizou o Governo do RN pela assinatura do contrato, lembrando que este ano marca os 50 anos das relações diplomáticas entre Brasil e China. “A China valoriza a cooperação com o Nordeste, especialmente com o RN, que hoje é nosso maior parceiro comercial na região.”
Roberto de Oliveira, CEO da Mizu, informou que a empresa opera cinco unidades de produção de concreto, uma usina eólica de 100 megawatts, e a fábrica de cimento em Baraúna.
O evento contou com a presença de diversas autoridades e representantes da indústria, incluindo líderes da Fiern, Fecomércio, Senai, e parlamentares estaduais e federais, além de executivos da Associação Brasileira da Indústria de Hidrogênio Verde (ABIHV).