O Rio Grande do Norte está em negociações com a Petrobras para um Memorando de Entendimento visando ao lançamento de um projeto-piloto para uma usina de energia eólica em alto mar.
O estado potiguar é um dos destaques do país quando se fala em produção de energia sustentável. Dessa forma, mira agora expandir o projeto para além do continente e planeja uma iniciativa inédita no Brasil.
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Este será o primeiro projeto desse tipo no Brasil
A reunião entre o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, e a governadora Fátima Bezerra, ocorreu no Rio de Janeiro, durante o Fórum Brasileiro Líderes de Energia 2024, nesta quarta-feira (10).
Para alcançar esse acordo, o Estado, por meio da Secretaria de Desenvolvimento Econômico (SEDEC), realizou várias reuniões com a Petrobras. O objetivo é uma parceria que estimule o desenvolvimento de projetos piloto de pesquisa em energia eólica offshore e suas aplicações no mercado brasileiro de energia. A previsão é que a usina entre em operação até 2029.
A assinatura do memorando está prevista para acontecer no início do próximo mês em Natal (RN)
“A assinatura deste memorando não apenas renova minha esperança, mas também minha confiança na Petrobras, que está desempenhando um papel crucial para o desenvolvimento, não apenas do Rio Grande do Norte, mas do país”, afirmou a governadora Fátima Bezerra, acompanhada do secretário adjunto do Desenvolvimento Econômico, Hugo Fonseca. Ela celebrou o anúncio recente da Petrobras, feito na última terça-feira (09), sobre a retomada da exploração de petróleo na margem equatorial, começando pelo Rio Grande do Norte.
Jean Paul Prates, presidente da Petrobras, enfatizou sobre a exploração na margem equatorial em águas ultraprofundas, destacando os esforços para recuperar a indústria petrolífera do Rio Grande do Norte, agora também explorando energia eólica no mar. Ele mencionou os projetos de energia renovável em terra e no mar, evidenciando o retorno significativo da Petrobras ao estado.
O Rio Grande do Norte lidera a produção de energia eólica no Brasil, com 295 parques eólicos em operação, correspondendo a 32% de toda a geração nacional. O estado também lidera em potência instalada, com 9,59 gigawatts. Além dos parques em operação, há 14 complexos eólicos offshore em desenvolvimento na costa potiguar, com um potencial estimado de 25,5 GW.
O Governo do Estado tem realizado estudos técnicos para o desenvolvimento da energia eólica offshore, como o Atlas Eólico e Solar do RN, estudos de infraestrutura de transmissão e viabilidade para o Porto-Indústria Verde. Esses estudos estão integrados ao Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) do Governo Federal.
A localização favorável do Rio Grande do Norte e o envolvimento da Petrobras, junto com o compromisso com a transição energética para uma economia de baixo carbono, indicam o potencial desses projetos de energia eólica offshore no Brasil. O investimento em pesquisa e inovação é crucial para aproveitar plenamente essa fonte de energia renovável.
Nesta agenda, também estiveram presentes o Diretor Financeiro e de Relacionamento com Investidores, Sergio Caetano Leite; o diretor de Engenharia, Tecnologia e Inovação, Carlos Travassos; e o Chefe de Gabinete, Danilo Silva.
Quais as dificuldades da Geração de Energia Eólica no Mar no Nordeste?
A geração de energia eólica no mar e no nordeste enfrenta diversos desafios e entraves, que podem incluir:
Custo de instalação: A construção de parques eólicos offshore (no mar) é mais cara do que em terra devido aos desafios técnicos e logísticos envolvidos na instalação das turbinas eólicas em águas profundas.
Manutenção e operações: A manutenção de turbinas eólicas offshore é mais complexa e cara devido ao difícil acesso e às condições ambientais adversas do mar. Além disso, as operações de manutenção exigem embarcações especiais e equipes treinadas.
Impacto ambiental: A instalação de parques eólicos offshore pode causar impactos ambientais, como a perturbação de habitats marinhos e a interferência na migração de aves marinhas.
Desafios técnicos: A infraestrutura offshore enfrenta desafios técnicos, como a resistência à corrosão dos equipamentos expostos à água do mar e a estabilidade das estruturas em águas profundas.
Intermitência da fonte: A energia eólica é uma fonte intermitente de energia, dependendo da disponibilidade do vento. Embora o nordeste brasileiro tenha um potencial eólico significativo, a variabilidade do vento pode afetar a confiabilidade da geração de energia.
Infraestrutura de transmissão: Em algumas regiões, como o nordeste brasileiro, pode haver desafios na infraestrutura de transmissão de energia para conectar os parques eólicos à rede elétrica, o que pode limitar a capacidade de geração e a eficiência do sistema.
Superar esses desafios requer investimento em tecnologia, pesquisa, regulamentação adequada e planejamento cuidadoso para garantir que a energia eólica offshore e no nordeste possa desempenhar um papel significativo na matriz energética de forma sustentável.