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Empresa paulista inicia projeto de 15 mil ha para soja, milho e algodão irrigados no Oeste baiano

A empresa paulista ACP Bioenergia — comandada pelo administrador de empresas Alexandre Candido, 47 anos — vai ampliar sua atuação no agronegócio e adicionar o cultivo do algodão ao seu portfólio, que já abrange cana-de-açúcar. ...
Eliseu Lins, da Agência NE9
29 de outubro de 2025 - às 12:30
Atualizado 29 de outubro de 2025 - às 12:30
3 min de leitura

A empresa paulista ACP Bioenergia — comandada pelo administrador de empresas Alexandre Candido, 47 anos — vai ampliar sua atuação no agronegócio e adicionar o cultivo do algodão ao seu portfólio, que já abrange cana-de-açúcar. O grupo já atua em nove polos agrícolas em diversos estados (São Paulo, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Goiás e Tocantins) e agora desembarca no Oeste da Bahia.

No novo polo, localizado no Projeto Baixio do Irecê – uma grande área de irrigação situada entre os municípios de Xique‑Xique e Itaguaçu da Bahia –, a empresa vai dedicar 15 mil hectares à produção de soja, milho e algodão, em sistema totalmente irrigado com pivô central e gotejamento, com início previsto para outubro de 2026.

“A ideia é ter estabilidade e previsibilidade no caixa, porque a irrigação nos dá mais segurança num cenário de mudanças climáticas”, afirma Alexandre Candido.

A ACP já possui cerca de 220 mil hectares sob arrendamento de terras por períodos de 15 a 30 anos, incluindo as áreas baianas. No novo polo, a meta é atingir produtividade de aproximadamente 100 sacas de 60 kg/ha para soja, 200 sacas para milho e cerca de 380 arrobas para algodão.

A escolh A cotonicultura concentra‐se principalmente no Oeste baiano, no “cerrado baiano”, onde estão mais de 90 % da produção estadual.

Regiões produtoras de algodão na Bahia

A seguir, destacam‐se as principais regiões da Bahia em que o cultivo de algodão é relevante:

  • Oeste da Bahia (municípios como São Desidério, Luis Eduardo Magalhães, Barreiras) — região dominante na cotonicultura do estado.
  • Bioma do Cerrado – extensão de solo plana, clima favorável à produção mecanizada de algodão.

Parceria e infraestrutura

O projeto na Bahia será realizado em parceria com a empresa Germina Baixio, controlada pelo grupo Grupo Equipav, que investirá cerca de R$ 1,1 bilhão em infraestrutura durante os 35 anos de concessão da Codevasf (Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba). A expectativa é gerar cerca de 180 mil empregos diretos e indiretos e beneficiar mais de 250 mil pessoas.

Tecnologia, pessoas e produtividade

A ACP destaca que seu diferencial está na gestão de pessoas e processos, não apenas na tecnologia. São cerca de 1.800 funcionários, com programas de fidelização — por exemplo, faculdade para filho de colaborador com 10 anos de empresa e moradia vitalícia após 15 anos. A empresa aplica ainda inteligência artificial e aplicativos para monitorar desempenho no campo, com premiações de até 40 % do salário do operador.

Impactos esperados

Com a entrada desse novo polo baiano, a ACP projeta crescimento da receita da empresa em cerca de 10% quando a área estiver em plena maturidade (estimado em cerca de cinco anos).

Por que a Bahia?

  • Solo e clima favoráveis: O Oeste baiano reúne solos planos do Cerrado e clima marcado por estação seca e chuvosa bem definidas — fatores que favorecem o cultivo de algodão mecanizado.
  • Estrutura crescente: O estado vem registrando expansão da área plantada de algodão — por exemplo, na safra 2024/25 houve crescimento de 20% na área em relação ao ciclo anterior.

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Eliseu Lins

Eliseu Lins é baiano de nascimento e paraibano de coração. Jornalista formado na UFPB, tem mais de 20 anos de atuação na imprensa do Nordeste. É pós-graduado em jornalismo cultural e ocupa o cargo de editor-chefe do NE9 desde 2022.