A Bahiafarma, Fundação Baiana de Pesquisa Científica e Desenvolvimento Tecnológico, deu mais um passo importante para se consolidar como uma referência em Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PD&I).
Nesta segunda-feira (16), durante um evento, foi anunciada a criação do Centro de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação em Medicamentos (CPDIM), que será instalado no Parque Tecnológico da Bahia.
O Centro será uma plataforma essencial para o desenvolvimento de novos medicamentos
Com um financiamento inicial de R$ 11,3 milhões, funcionará como um espaço multiuso para pesquisadores de diversas instituições.
A cerimônia contou com a presença da ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, da secretária de saúde, Roberta Santana, do secretário de ciência, tecnologia e inovação, André Joazeiro, e da presidente da Bahiafarma, Ceuci Nunes. Eles destacaram que o CPDIM faz parte da estratégia de fortalecimento do Complexo Econômico-Industrial da Saúde (CEIS), que busca ampliar a produção nacional de medicamentos e insumos, promovendo a autonomia do Brasil em um setor estratégico para o Sistema Único de Saúde (SUS).
“O avanço da Bahiafarma no desenvolvimento de medicamentos e inovação farmacêutica demonstra o potencial do Brasil em utilizar sua biodiversidade e conhecimento científico para fortalecer o SUS e beneficiar a população”, afirmou a ministra Luciana Santos.
A Bahiafarma será responsável pela gestão técnica do CPDIM, que terá três áreas prioritárias: Laboratório de PD&I em Medicamentos Sintéticos, Laboratório Analítico de Medicamentos, e o Centro Avançado de Formação e Treinamento. Estima-se que serão necessários R$ 10 milhões adicionais para equipar o centro.
Para Ceuci Nunes, presidente da Bahiafarma, o centro de pesquisa vai além da produção de medicamentos, integrando a indústria farmacêutica com a produção científica das universidades. “A valorização da nossa biodiversidade e a transformação desse conhecimento em produtos que beneficiem a população são fundamentais para fortalecer a Bahia e o Nordeste”, destacou.
Parcerias com universidades
O CPDIM já conta com parcerias estratégicas com instituições como Fiocruz, UFBA, Uneb, Uefs e UFRB, formalizadas através de acordos de cooperação técnica. Essas colaborações têm sido fundamentais para a pesquisa de moléculas terapêuticas originárias da flora baiana, como o óleo de licuri, conhecido por suas propriedades cicatrizantes, e plantas como mulungu, aroeira, maracujá do mato e moringa, que também estão sendo investigadas.
LEIA TAMBÉM:
– Terra do Vento: um paraíso perdido na divisa de três estados
– As lições do caso das manchas de óleo nas praias do Nordeste
– O impacto no Nordeste com a volta do horário de verão
– Paraísos do Nordeste colocam o Brasil como o melhor turismo de aventura do mundo
Um dos projetos de maior impacto é o desenvolvimento de uma formulação pediátrica de hidroxiureia, em parceria com a Faculdade de Farmácia da UFBA, voltada ao tratamento da doença falciforme, que afeta principalmente a população negra e tem sua maior incidência na Bahia. A nova formulação visa melhorar a dosagem e adesão ao tratamento.
Inovação no tratamento de doenças
Outro projeto de destaque é o desenvolvimento de um probiótico para o tratamento de neuropatia diabética, uma condição que afeta milhares de pessoas no Brasil. Esse projeto também conta com a parceria das universidades UFBA e UFRB.
LEIA MAIS – Novo ranking revela as 5 melhores universidades do Nordeste
O secretário de ciência, tecnologia e inovação, André Joazeiro, frisou a importância de desenvolver tecnologias localmente, aproveitando os recursos da biodiversidade regional, como insumos da Caatinga e do Cerrado, que podem ser utilizados para a produção de fitoterápicos e cosméticos. “Com essa estratégia, a Bahiafarma poderá registrar patentes e comercializar não apenas para o SUS, mas para o mercado nacional e internacional, agregando valor à indústria farmacêutica local”, destacou.
A secretária de saúde, Roberta Santana, reforçou a importância desses avanços para a saúde pública da Bahia, afirmando que a pesquisa e inovação local oferecem soluções significativas para problemas de saúde, como a doença falciforme, que é um desafio particular para o estado.
LEIA TAMBÉM:
– Cometa do Século trará espetáculo para o céu do Nordeste
– O impacto no Nordeste com a volta do horário de verão
– Estado do Nordeste é o que mais vai crescer no Brasil em 2024