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Consciência Negra: destinos no Nordeste celebram história e cultura afro-brasileira

Feriado de 20 de novembro é convite para vivenciar roteiros culturais e experiências únicas O feriado da Consciência Negra, celebrado em 20 de novembro, é uma oportunidade para unir lazer, aprendizado e valorização da herança ...
Eliseu Lins, da Agência NE9
31 de outubro de 2025 - às 05:06
Atualizado 31 de outubro de 2025 - às 05:06
4 min de leitura

Feriado de 20 de novembro é convite para vivenciar roteiros culturais e experiências únicas

O feriado da Consciência Negra, celebrado em 20 de novembro, é uma oportunidade para unir lazer, aprendizado e valorização da herança afro-brasileira. Considerada uma das datas mais simbólicas do calendário nacional, ela homenageia Zumbi dos Palmares, líder do maior quilombo do país, e estimula reflexões sobre igualdade racial e identidade cultural.

Neste ano, a data cai numa quinta-feira, e promete movimentar o turismo em várias regiões do Brasil. Se você procura destinos para vivenciar cultura afro-brasileira, o portal NE9 listou 3 destinos referências do Nordeste, onde a presença essa cultura se manifesta na gastronomia, na música, na fé e nas tradições populares.

1. Salvador (BA): o coração da cultura afro-brasileira

Nenhum destino traduz tão bem a alma da cultura negra no Brasil quanto Salvador, a primeira capital do país. Caminhar pelo Pelourinho é mergulhar em séculos de história, onde igrejas barrocas, casarões coloridos e ateliês de arte contam a trajetória da população afrodescendente.

Entre os pontos imperdíveis estão o Museu Afro-Brasileiro (MAFRO), o Ilê Aiyê, o Bloco Olodum e o Mercado Modelo, onde a gastronomia de origem africana é celebrada em pratos como acarajé, vatapá e caruru. Outra experiência marcante é participar de uma roda de capoeira ou assistir a uma cerimônia do candomblé, símbolos de resistência e identidade cultural.

👉 Dica: visite também o Museu Nacional da Cultura Afro-Brasileira (MUNCAB), inaugurado recentemente, e o Memorial Casa do Benin, que reforçam o elo entre Bahia e África.

Em Pernambuco, a herança africana pulsa nas ruas, nos batuques e nas manifestações populares. Recife abriga o Museu do Homem do Nordeste, espaço criado por Gilberto Freyre que apresenta um panorama da formação cultural afro-brasileira.

Outro ponto de destaque é o Bairro do Recife Antigo, onde blocos afro, grupos de maracatu e afoxés mantêm viva a tradição de matriz africana. Já Olinda, com seu Centro Histórico tombado pela UNESCO, encanta pelas ladeiras coloridas e pela arte que expressa a fusão entre fé, resistência e ancestralidade.

👉 Experiências imperdíveis: assistir a uma apresentação de maracatu rural, visitar a Igreja do Rosário dos Homens Pretos (uma das mais antigas do país) e conhecer a Casa do Carnaval, que valoriza as expressões afro-pernambucanas.

3. São Luís (MA): o ritmo do reggae e o legado afro-maranhense

São Luis do Maranhão foto divulgação
São Luis do Maranhão foto divulgação

Em São Luís, a influência africana é percebida na música, na religião e na arquitetura colonial. Conhecida como a “Jamaica Brasileira”, a capital maranhense é o berço do reggae nacional, símbolo de resistência e identidade negra.

No Centro Histórico, declarado Patrimônio Mundial pela UNESCO, o visitante encontra casarões azulejados e espaços culturais como o Museu Afro-Digital e a Casa do Tambor de Crioula, que preservam o legado afro-maranhense. À noite, o roteiro segue para os bares da Praia Grande, onde o reggae dita o ritmo das celebrações.

👉 Dica: explore o Quilombo Urbano do Diamante, exemplo de preservação comunitária e cultural no coração da cidade.

Consciência Negra: turismo, aprendizado e respeito

Viajar durante o feriado da Consciência Negra é mais do que descansar: é celebrar a resistência, o orgulho e a herança africana que moldaram a cultura brasileira.
Destinos como Salvador, Recife, Olinda e São Luís representam verdadeiros museus a céu aberto da história afro-brasileira — experiências que unem fé, música, arte e ancestralidade em cada esquina.

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Eliseu Lins

Eliseu Lins é baiano de nascimento e paraibano de coração. Jornalista formado na UFPB, tem mais de 20 anos de atuação na imprensa do Nordeste. É pós-graduado em jornalismo cultural e ocupa o cargo de editor-chefe do NE9 desde 2022.