Em julho de 2023, o Indicador de Confiança do Empresariado Baiano (ICEB), uma métrica calculada pela Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI) para acompanhar as expectativas do setor produtivo do estado, atingiu -20 pontos em uma escala que varia de -1.000 a 1.000 pontos. Esta marca representa a pontuação mais alta desde outubro de 2022.
Neste mês, houve um avanço no nível de confiança tanto em comparação com o mês anterior quanto com o mesmo período do ano passado. Em relação a junho, quando o indicador estava em -37 pontos, houve um aumento de 17 pontos, o que significa a terceira alta mensal consecutiva. Já em relação a julho do ano anterior, o ICEB aumentou 51 pontos, uma vez que naquela época estava em -71 pontos, representando também a terceira elevação consecutiva nessa base comparativa.
Apesar desses resultados positivos, o técnico da SEI, Luiz Lobo, adverte que “mesmo com o terceiro aumento seguido e o maior patamar dos últimos nove meses, não há garantia de que a confiança do setor produtivo baiano continuará melhorando”. Ele destaca que a trajetória de recuperação recente tem sido caracterizada por uma perda reiterada de intensidade, sugerindo um possível esgotamento desse processo.
Outro fator que tem impactado a confiança do setor produtivo é o ambiente de negócios, que, na perspectiva dos empresários locais, continua pressionando negativamente o indicador de confiança.
Apesar do aumento em julho, o ICEB permaneceu abaixo de zero pelo nono mês consecutivo, o que mantém o referido indicador na zona de Pessimismo Moderado. Essa persistência abaixo de zero indica que os empresários baianos ainda têm certa cautela em relação aos rumos futuros da economia e dos negócios.
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A melhoria do nível de confiança de junho para julho não foi uniforme, uma vez que não se refletiu nos setores de Indústria e Comércio. Enquanto isso, a alta em relação a julho do ano passado foi observada nos setores de Indústria, Serviços e Comércio. A falta de disseminação dessa melhoria entre os setores pode indicar uma descrença na continuidade da recuperação da confiança a curto prazo.
Ao final de julho, dois setores apresentaram pontuação superior a zero: Agropecuária, com 20 pontos; e Indústria, com 5 pontos. Os demais setores obtiveram as seguintes pontuações: Serviços, -24 pontos; e Comércio, -73 pontos. Isso significa que o setor agropecuário teve o melhor desempenho, enquanto o Comércio mostrou o menor nível de confiança.
Dentre os temas avaliados, os itens crédito, situação financeira e PIB estadual foram os que receberam as piores expectativas por parte do empresariado baiano. Em contrapartida, as variáveis juros, inflação e PIB nacional foram as que apresentaram indicadores de confiança mais favoráveis no mês de julho.
REDAÇÃO COM ASSESSORIA