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Comunidade Quilombola na Bahia celebra reconhecimento com frustração

Jurandir Wellington Pacífico, filho da saudosa líder quilombola Mãe Bernadete, descreveu o sentimento compartilhado por ele e pela comunidade Pitanga dos Palmares, em Simões Filho (BA). Ao mesmo tempo, uma mistura de felicidade e frustração. A notícia do reconhecimento das terras pelo governo federal, com a delimitação da área da comunidade, foi recebida com emoção, mas também com lembranças dolorosas das lutas e perdas enfrentadas pelo povo quilombola.

O reconhecimento beneficia 536 famílias remanescentes de quilombos em uma área de 852,2 hectares. Para Pacífico, isso representa um escudo contra os desafios que a comunidade enfrenta. Ele compara a titulação das terras a um “campo de força” que protege contra os adversários externos.

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No entanto, essa vitória só foi possível após anos de batalha e sacrifício. Pacífico lamenta que sua mãe, Mãe Bernadete, não tenha vivido para testemunhar a titulação da comunidade, falecendo em agosto do ano passado. Ele também relembra a perda de seu irmão, Flávio Gabriel Pacífico dos Santos, conhecido como Binho do Quilombo, em 2017, insinuando que suas mortes podem estar ligadas à luta pela titulação.

Há questões não resolvidas

Apesar das conquistas, ainda há questões não resolvidas. Pacífico expressa sua frustração com a falta de respostas sobre os assassinatos de sua mãe e irmão. Enquanto o Ministério Público da Bahia denunciou cinco pessoas sob suspeita de envolvimento no assassinato de Mãe Bernadete, as perguntas sobre os mandantes e motivações dos assassinatos permanecem sem resposta.

Para Pacífico, a titulação das terras não é apenas sobre garantir propriedade. Mas também sobre segurança, conforto e oportunidades para a comunidade. Ele destaca os benefícios que a titulação traz, incluindo a proteção contra especulação imobiliária. E ainda: o desenvolvimento da cultura local, a promoção da educação e o fortalecimento da agricultura familiar.

A decisão de reconhecimento de terras marca um novo capítulo na história da comunidade Pitanga dos Palmares. Agora, o Incra entra na fase de desapropriação das propriedades privadas na área delimitada. Desse modo, preparando o caminho para uma nova era de segurança e prosperidade para a comunidade quilombola.

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