Durante os primeiros meses de 2023, o país testemunhou um preocupante aumento no número de inadimplentes, sinalizando possíveis desafios econômicos. Contudo, a trajetória mudou significativamente a partir de março, conforme indicado pelo recente levantamento do Mapa da Inadimplência no Brasil de junho de 2023, conduzido pela Serasa.
A princípio, os resultados revelaram uma queda esperada, apontando para uma redução de 0,63% no número de brasileiros endividados, equivalente a aproximadamente 450 mil pessoas. Ao mesmo tempo, a análise mais aprofundada do estudo também revelou que o país enfrenta um total de 262,8 milhões de dívidas acumuladas, totalizando uma cifra expressiva de R$346,3 bilhões, com uma média de dívida por pessoa avaliada em R$4.846,15.
De acordo com o levantamento conjunto realizado pela CNDL e SPC Brasil em parceria com a Offerwise Pesquisas, a inadimplência no Brasil foi impulsionada por diversos fatores, incluindo a diminuição da renda (18%), imprevistos como problemas de saúde, morte e manutenção da casa ou do carro (17%), perda do emprego ou desemprego de um membro da família (14%), a alta dos preços (13%) e a falta de controle financeiro (12%).
Compra sem saber como pagar
Além disso, o estudo revelou que 25% dos entrevistados admitiram ter feito compras no trimestre anterior à pesquisa, cientes de que não seriam capazes de pagar, enquanto 54% realizaram compras que sabiam ser financeiramente desafiadoras e 41% fizeram compras sem considerar sua capacidade de pagamento.
Como resultado, a análise abrangente desses dados revela a complexa interação entre fatores sociais e financeiros que moldam a inadimplência no Brasil, destacando a necessidade contínua de estratégias para fortalecer a estabilidade financeira e promover o bem-estar econômico geral.
“Embora a redução no número de devedores e no montante total de dívidas seja promissora, fica evidente a importância de práticas econômicas direcionadas para minimizar os efeitos negativos da inadimplência e incentivar um ambiente propício à recuperação financeira e ao crescimento sustentável”, afirmou Maycon Nabeiros, diretor de operações da VIPe, instituição financeira especializada em crédito consignado privado. A partir deste insight, Nabeiros listou 5 dicas para quem deseja terminar 2023 sem dívidas e, consequentemente, iniciar 2024 sem essas preocupações. Confira:
1. Orçamento consciente e realista
Estabeleça um orçamento claro e realista para seus gastos, levando em consideração despesas essenciais, como moradia, alimentação e serviços básicos. Evite gastos impulsivos e supérfluos, priorizando necessidades sobre desejos.
2. Redução de despesas desnecessárias
Identifique áreas em que é possível reduzir gastos extras, como refeições fora de casa e compras não essenciais. Considere cortes significativos em áreas não prioritárias para manter suas finanças sob controle.
3. Pagamento de dívidas existentes
Priorize o pagamento de dívidas existentes, começando com aquelas que possuem taxas de juros mais altas. “Nesse caso, criar um plano de pagamento estruturado é necessário para ajudar a reduzir o saldo pendente e evitar que as dívidas se acumulem ainda mais”, pontuou Maycon Nabeiros.
4. Planejamento antecipado para despesas de fim de ano
Antecipe e planeje cuidadosamente os gastos adicionais típicos do final do ano, como presentes de Natal, viagens e celebrações. Estabeleça um limite para essas despesas e procure opções mais econômicas.
5. Estabeleça metas financeiras para 2024
Ao finalizar o ano, é fundamental estabelecer metas financeiras claras e alcançáveis para o próximo ano. Avalie incluir em seus planos a criação de um fundo de emergência e investimentos para o futuro. Aproveite a virada para 2024 para implementar estratégias que ajudem a melhorar sua saúde financeira geral.