O recente apagão que afetou mais de dois milhões de pessoas em São Paulo, por causa de uma forte chuva e vendavais que derrubaram árvores e danificou a rede elétrica, acendeu um alerta sobre a vulnerabilidade do sistema energético paulista. A falta de energia causou transtornos, prejuízos e riscos à população.
Diante desse cenário, surge a pergunta: como o Nordeste, que é uma das regiões mais ricas em potencial de energias renováveis do país, pode ajudar São Paulo a evitar apagões? A resposta envolve investimentos, planejamento, tecnologia e inovação.
A princípio, o Nordeste tem os estados mais mais produzem energia eólica e solar, com estados como a Bahia, Ceará e Rio Grande do Norte entre os principais produtores dessas fontes, de acordo com o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) . Essas energias são limpas, sustentáveis e abundantes na região, que tem altas taxas de irradiação solar e ventos constantes e fortes.
No entanto, essas energias também são intermitentes, ou seja, dependem das condições climáticas e da variação diária e sazonal. Por isso, é preciso garantir que elas sejam integradas ao sistema elétrico de forma eficiente e segura, evitando sobrecargas, oscilações e cortes no fornecimento. E essa integração passa pela modernização do sistema de transmissão para que estados como São Paulo possam se beneficiar dessa tecnologia. Principalmente, em momentos de intempéries.
Como se prevenir de apagões?
Uma das formas de fazer isso é investir em sistemas de armazenamento de energia, que podem estocar o excedente produzido pelas fontes renováveis e liberá-lo quando houver necessidade. Esses sistemas podem ser baseados em baterias, hidrogênio, biomassa, bombeamento de água ou outras tecnologias.
Outra forma é diversificar a matriz energética, aproveitando outras fontes renováveis disponíveis na região, como a hidrelétrica, a biomassa e a ondomotriz (das ondas do mar). Essas fontes podem complementar as eólica e solar, aumentando a segurança e a confiabilidade do sistema.
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Investimento em redes inteligentes
Além disso, é importante investir em redes inteligentes. Elas são capazes de monitorar, controlar e otimizar o fluxo de energia, utilizando sensores, medidores, comunicação e automação. Essas redes podem detectar e corrigir falhas, evitar desperdícios, integrar fontes distribuídas e facilitar a participação dos consumidores.
Por fim, é essencial planejar e executar a expansão e a manutenção da infraestrutura de transmissão e distribuição de energia, que é responsável por levar a energia até os consumidores finais. Essa infraestrutura deve ser modernizada, reforçada e protegida de eventos climáticos extremos, como chuvas, ventos e raios.
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O Nordeste com enorme potencial
O Nordeste tem um enorme potencial para se tornar um polo de energia renovável no Brasil e no mundo. Ao mesmo tempo, contribuindo para a transição energética, o desenvolvimento econômico e a redução das emissões de gases de efeito estufa. Contudo, é preciso investir em soluções que garantam a qualidade, a continuidade e a segurança do fornecimento de energia. Assim, evitando apagões que prejudiquem a população e o meio ambiente. E, principalmente, contribuindo para ajudar outros estados brasileiros que passem por problemas semelhantes ao que ocorre em São Paulo.