A recente proposta de extinção da jornada de trabalho 6×1 – onde o trabalhador labora por seis dias e descansa apenas um – tem gerado intenso debate nas redes sociais. No último domingo, 10, a discussão ganhou força nas redes sociais.
A princípio, a proposta de acabar com a jornada de seis dias de trabalho e um de descanso é da deputada Érica Hilton (PSOL-SP). Ela apresentou uma Proposta de Emenda Constitucional (PEC) para a mudança dessa escala de trabalho.
O Movimento Vida Além do Trabalho (VAT), fundado pelo vereador Rick Azevedo (PSOL-RJ), foi responsável por iniciar uma mobilização em defesa da proposta, que já alcançou 1,3 milhão de assinaturas em uma petição online.
Com isso, o tema não só ganha relevância, mas também chama a atenção para a importância do bem-estar e qualidade de vida dos trabalhadores, especialmente no Nordeste, onde a economia depende fortemente de setores que frequentemente utilizam a escala 6×1, como comércio, turismo e agroindústria.
ATUALIZAÇÃO
A deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP) anunciou, na manhã desta quarta-feira (13), que a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que limita a semana de trabalho a 36 horas e propõe o fim da escala 6×1, chegou ao número mínimo de assinaturas para ser protocolada e começar a tramitar.
ATUALIZAÇÃO 2 – 15/11
Mobilizações pelo País
Neste feriado de 15 de novembro, manifestantes ocuparam as ruas de diversas capitais brasileiras para exigir o fim da escala de trabalho 6×1, que prevê seis dias de trabalho seguidos por apenas um de descanso.
As mobilizações ocorreram em cidades como São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília e Belém, impulsionadas pelo Movimento Vida Além do Trabalho (VAT), liderado pelo vereador eleito do Rio de Janeiro e tiktoker Rick Azevedo (PSOL).
Ao longo da semana, o Movimento VAT convocou protestos em diversas cidades, incluindo:
- São Paulo
- Brasília
- Fortaleza
- Vitória
- Porto Alegre
- Recife
- Aracaju
- Belém
- Belo Horizonte
- Curitiba
- Florianópolis
- Manaus
Ato em São Paulo
Na capital paulista, manifestantes se concentraram na Avenida Paulista, na manhã de sexta-feira, levando cartazes com mensagens como:
- “Quero ver minha filha crescer”
- “Não tenho tempo de ir ao médico”
- “Menos horas trabalhando, mais saúde mental”
O ato contou com a presença de lideranças do PSOL, incluindo os deputados Guilherme Boulos, Erika Hilton, Sâmia Bonfim e Fernanda Melchionna, reforçando o apoio político à causa.
Protesto no Rio de Janeiro
Na Cinelândia, no Rio, a manifestação reuniu representantes de centrais sindicais e também destacou críticas à realização da cúpula do G20, que ocorre na cidade.
Os participantes aproveitaram a oportunidade para levantar bandeiras ligadas aos direitos trabalhistas e às condições de trabalho.
As mobilizações refletem uma crescente insatisfação com jornadas exaustivas e reforçam a importância do debate sobre saúde mental e qualidade de vida no ambiente laboral.
A Proposta e Seus Impactos
A jornada 6×1, considerada “desumana” pela deputada, é vista como uma limitação à qualidade de vida e ao desenvolvimento profissional dos trabalhadores, restringindo a busca por capacitação, descanso adequado e interação familiar.
No Nordeste, essa mudança poderia impulsionar a produtividade, o crescimento econômico e a sustentabilidade social de diversos setores.
Abaixo, uma tabela com alguns dos principais benefícios que o fim da jornada 6×1 poderia trazer para o Nordeste:
Aspecto | Impacto Positivo do Fim da Jornada 6×1 |
---|---|
Qualidade de Vida | Mais tempo para o lazer e o convívio familiar, promovendo saúde mental e emocional dos trabalhadores. |
Capacitação Profissional | Permite que os trabalhadores tenham mais tempo para cursos e qualificações, ampliando sua empregabilidade e produtividade. |
Empregabilidade | Possibilidade de uma rotina mais flexível, incentivando a busca por novos empregos ou trabalhos complementares. |
Fortalecimento da Economia | Aumento no consumo de produtos e serviços nos dias de folga, gerando mais receita para o comércio e turismo local. |
Sustentabilidade Social | Redução do absenteísmo e das licenças médicas devido ao esgotamento físico, impactando positivamente a produtividade regional. |
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Como isso pode virar Oportunidade de crescimento para o Nordeste
A mudança na jornada de trabalho 6×1 pode ser uma oportunidade valiosa para promover um crescimento econômico mais sustentável e inclusivo no Nordeste.
Através de práticas trabalhistas que valorizem o bem-estar dos trabalhadores, a região poderá fortalecer setores estratégicos, como o turismo, que já tem grande potencial de desenvolvimento na região.
O caminho para a aprovação da PEC ainda exige apoio de 171 assinaturas na Câmara dos Deputados.
Até o momento, a deputada Érica Hilton já conseguiu mobilizar metade das assinaturas necessárias. Contudo, ela está engajada nas redes para pressionar parlamentares a abraçarem a causa.
Ao garantir mais qualidade de vida, tempo para capacitação e flexibilidade, o fim da jornada 6×1 seria uma medida que humaniza as relações de trabalho.
Ao mesmo tempo,também estimula o crescimento e a prosperidade do Nordeste.
É uma pauta de relevância nacional que precisa de atenção e discussão nos diferentes âmbitos legislativos e empresariais. Só dessa forma pode gerar impacto positivo e transformar a realidade de milhares de trabalhadores na região.
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Estudos apontam dados Positicos na Mudança
No primeiro semestre de 2024, um grupo de empresas comandadados por 4 Day Week Brazil, FGV e o Boston College, foram responsáveis por testar a escala 4×3 (4 dias de trabalho e 3 de descanso) no Brasil.
Essas organizações selecionaram 21 empresas para o teste.
- Ab Aeterno
- Brasil dos Parafusos
- Clara Associados
- Clementino & Teixeira Advocacia
- GR Assessoria Contábil
- Greco Design
- Haze Shift
- Hospital Indianópolis
- Innuvem
- Inspira
- Maker Brands
- Mol Impacto
- Noono
- Oxygen Hub
- PiU Comunica
- Plongê
- Rede Alimentare
- Smart Duo
- Soma CSC
- tks4s
- Uma empresa não autorizou a divulgação
Veja o que os dados colhidos na pesquisa em parceria das três empresas mostraram:
- Redução de estresse no trabalho em 62,7% dos indivíduos;
- A maioria (64,9%) não se sente desgastada no final do dia;
- Mais da metade (56,5%) não estão frustrados como antigamente;
- Quase 30% dos participantes (28,6%) não mudariam de emprego para trabalhar cinco dias por semana por salário nenhum.
- Redução de desgaste emocional foi de 49,3% e de exaustão de 64,5%.
- 44,4% consideram que a semana de 4 dias tem melhorado sua capacidade de cumprir prazos;
- 67% dizem que a trabalhar um dia a menos reduziu ansiedade semanal;
- 50% dizem que reduziu insônia;
- 57,9% sentem que consegue conciliar melhor vida pessoal e profissional.
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