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Chocolate da Bahia tem destaque internacional

A produção de chocolates de origem na Bahia continua a brilhar no cenário internacional, trazendo honrarias para os produtores do sul do estado, onde se concentram mais de cem empresas voltadas para esse mercado. Durante ...
Redação NE9 Nordeste, da Agência NE9
13 de setembro de 2023 - às 11:50
Atualizado 13 de setembro de 2023 - às 11:50
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A produção de chocolates de origem na Bahia continua a brilhar no cenário internacional, trazendo honrarias para os produtores do sul do estado, onde se concentram mais de cem empresas voltadas para esse mercado. Durante a recente edição de 2023 do renomado International Chocolate Awards, três marcas regionais foram agraciadas: Jú Arléo Chocolates, Benevides Chocolates e Martinus Chocolates.

O International Chocolate Awards, conhecido como o “Oscar” do setor, é o concurso mais prestigiado do mundo no ramo da chocolateria e neste último sábado premiou os melhores chocolates das Américas. Os vencedores agora avançarão para a etapa mundial. A Benevides Chocolates Finos, com quatro indicações e três medalhas, foi a marca baiana mais destacada desta edição.

Fundada pela especialista em chocolates Leilane Benevides, a marca, sediada em Itabuna desde 2018, conquistou a medalha de prata com o chocolate branco “Canjica Baiana”, além de dois bronzes para os chocolates 43% cacau ao leite clássico e 55% cacau com cupuaçu. Segundo Leilane, “Premiações como essa atestam a qualidade de nossos produtos, pois as avaliações são feitas por jurados que são experts em sensorial de chocolate do mundo. Além disso, permite que a gente consolide a origem Sul da Bahia como um polo produtor de chocolates de qualidade”.

A marca Ju Arléo Chocolates, situada na zona rural de Ilhéus, conquistou a medalha de prata com sua barra de 36% cacau ao leite com cupuaçu. Juliana Arléo, responsável pelo empreendimento, destaca que “o nosso chocolate é produzido desde a árvore até a barra, então nós somos tree to bar. Temos o diferencial de ter todo o cuidado com a produção, desde o plantio, seleção, colheita, quebra, fermentação, secagem, então a gente conhece bem de perto o nosso produto e o cacau sul da Bahia ele tem um diferencial grande em relação a qualquer outro, pois é cultivado no sistema cabruca”.

A Martinus Chocolates também conquistou a medalha de prata, com sua opção de 56% cacau ao leite. Rodrigo Morais, produtor da marca, ressalta a importância do evento ao evidenciar que “a Bahia não produz só cacau, mas também chocolate de qualidade, que disputa no topo com fabricantes de várias partes do mundo”.

O sul da Bahia, com aproximadamente 439 mil hectares plantados de cacau, sendo cerca de 60% através do sistema cabruca, é uma peça-chave na busca por soluções às mudanças climáticas. O estado se destaca como um dos maiores produtores de cacau no Brasil, ao lado do Pará, com um cacau produzido em sistemas agroflorestais que preservam a mata Atlântica e a Amazônia.

A qualidade do cacau produzido na Bahia se reflete nos chocolates, seja de forma industrial ou artesanal, conferindo-lhes sabor, qualidade e reconhecimento, como atestam as premiações internacionais. Modelos de produção como o “Tree to Bar”, que garante a qualidade do produto desde o cultivo até a barra final, têm conquistado cada vez mais espaço no mercado, assim como o “Bean to Bar”, que envolve a produção do chocolate a partir das amêndoas de cacau, mesmo sem ser o produtor do cacau. Além disso, o cacau do sul da Bahia conta com a Indicação Geográfica, IP Cacau Sul da Bahia, um selo que reconhece e valoriza a tradição e a qualidade dessa produção na região.