As indústrias do Sertão do Araripe, responsáveis por 97% da produção de gesso no Brasil, receberão um impulso com o fornecimento de gás natural na região pela Companhia Pernambucana de Gás (Copergás).
O anúncio foi feito na última terça-feira (6) em Araripina, Pernambuco, e representa um avanço significativo para o setor, trazendo modernização e desenvolvimento, além de promover a sustentabilidade na produção.
O investimento inicial é de aproximadamente R$ 6 milhões, com o projeto piloto previsto para iniciar em abril. O Governo de Pernambuco zerou o ICMS do gás vendido para as indústrias do gesso como forma de incentivo.
Atualmente, a indústria de gesso utiliza principalmente a queima de lenha como matriz energética, o que causa desmatamento e altos custos de transporte.
Preservação de áreas da Caatinga
O Polo Gesseiro do Araripe consome cerca de 6 milhões de árvores por ano, impactando negativamente o meio ambiente. A transição para o gás natural permitirá a preservação de áreas significativas da caatinga, um bioma crucial para a biodiversidade na Região Nordeste.
A mudança para o gás natural é vista como uma medida importante para combater o risco de desertificação na região.A Copergás planeja construir um terminal de regaseificação no Araripe para atender à crescente demanda, com previsão de iniciar as obras no final do ano e ter a base operacional a partir do primeiro semestre de 2025.
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Gás natural com preço mais barato
O gás fornecido para o Polo Gesseiro será o mais barato do Estado, incentivando a adesão de mais empresas e gerando desenvolvimento para a região.
O Polo do Araripe tem capacidade para consumir cerca de 320 mil metros cúbicos de gás natural por dia, o que equivale a 20% do volume atualmente distribuído pela Copergás.
A princípio, estima-se que pelo menos 50 empresas estejam aptas a adotar o gás natural como fonte energética. Isso significa uma economia potencial de até R$ 20 milhões por ano apenas nessas empresas.
Em suma, a adoção do gás natural tornará a indústria local mais sustentável ambientalmente, promovendo uma combustão mais limpa.
De acordo com o presidente do Sindicato da Indústria de Gesso de Pernambuco (Sindusgesso), Jefferson Duarte, a chegada do gás marca um novo momento na região, permitindo uma produção mais verde e econômica.