O custo da cesta básica de alimentos apresentou redução em agosto de 2025 em grande parte do país, com destaque para as capitais do Nordeste, segundo levantamento do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) em parceria com a Conab. No total, 24 capitais registraram diminuição no valor médio, na comparação com julho.
Nordeste lidera quedas no valor da cesta
Entre as capitais nordestinas, a pesquisa apontou reduções expressivas:
- Maceió (-4,1%)
- Recife (-4,0%)
- João Pessoa (-4,0%)
- Natal (-3,7%)
- São Luís (-3,6%)
Esses números mostram que a região concentrou algumas das maiores quedas no custo dos alimentos básicos do país. Por outro lado, pequenas altas foram registradas em Macapá (0,9%), Palmas (0,6%) e Rio Branco (0,02%).
Capitais nordestinas têm os menores valores
Enquanto São Paulo manteve a cesta mais cara do Brasil (R$ 850,84), seguida por Florianópolis, Porto Alegre e Rio de Janeiro, os preços mais baixos continuam no Norte e Nordeste. Em agosto, os valores médios foram:
- Aracaju: R$ 558,16
- Maceió: R$ 596,23
- Salvador: R$ 616,23
- Natal: R$ 622,00
Essa diferença mostra a desigualdade regional no custo de vida, mas também reforça a atratividade das capitais nordestinas para famílias e turistas, já que o gasto com alimentação pesa menos no orçamento.
Acumulado do ano
No comparativo entre janeiro e agosto de 2025, algumas capitais nordestinas registraram as maiores altas do país:
- Fortaleza (+7,32%)
- Recife (+6,93%)
- Salvador (+5,54%)
Apesar das quedas recentes, esses aumentos acumulados reforçam que a inflação dos alimentos ainda impacta o bolso da população da região.
Produtos em destaque
- Tomate: caiu em 25 capitais; no Nordeste, reduções ajudaram a baratear a cesta.
- Arroz: também ficou mais barato em quase todo o país.
- Feijão carioca: recuou em capitais como São Luís (-5,2%) e Teresina (-0,1%).
- Café em pó: diminuiu em cidades como João Pessoa (-4,7%).
- Carne bovina: apesar de altas em algumas regiões, apresentou estabilidade em São Luís e queda em parte do Nordeste.
Salário mínimo ideal
Com base no valor mais alto da cesta (São Paulo), o Dieese calculou que o salário mínimo necessário para sustentar uma família de quatro pessoas deveria ser de R$ 7.147,91 — o equivalente a 4,71 vezes o mínimo atual de R$ 1.518.
A redução da cesta básica no Nordeste em agosto representa um alívio para os consumidores, sobretudo em capitais onde a renda média é mais baixa. No entanto, o acumulado do ano ainda revela desafios para o controle da inflação de alimentos, que permanece como um dos principais fatores de pressão sobre o orçamento das famílias nordestinas.
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